O presente trabalho tece reflexões acerca de um fazer musical educativo sob as prerrogativas da Educação Inclusiva, que no caso específico de nossa pesquisa, tem como foco o ensino e a aprendizagem de pessoas com necessidades educacionais específicas nos espaços escolares. Conforme evidenciam as leis vigentes no Brasil, a educação é direito de todo cidadão e dever do Estado (Brasil,1988). Ademais, deve ser oferecida com qualidade, sem discriminação, (Brasil, 1996; 2015), com adaptações metodológicas, avaliativas e arquitetônicas, se necessário (Brasil, 2015). Contudo, por vezes não há um diálogo entre a perspectiva legal e um fazer educativo que se aproxime da condição de estar no mundo (Gesser, 2009) desses estudantes. Situação que parece desconhecer a realidade das salas de aula, principalmente por estarem firmados em postulados engessados e adequados a somente uma parcela da sala de aula, ao estudante “ideal”. Por consequência disso, nos dedicamos a analisar a literatura da educação musical a fim de encontrarmos o suporte necessário para uma formação musical a todos os estudantes nos espaços escolares (Martins, 2023; Martins; Santos, 2022; Louro, 2013; entre outros). Constatamos que há proposições pedagógicas permeadas de adaptações a realidade dos discentes sem diminuição de qualidade e conteúdo, que sejam de fato possível a todos (Elliott, 1995). Ressaltamos que a necessidade da utilização de metodologias diversificadas e processos específicos - por vezes, individualizados - evidencia que a Educação Musical e a Educação Especial precisam, assim como em um contraponto melódico, existir em seu próprio espaço e respeitar suas delimitações, se apresentando com uma definição própria e cunhada como, Educação Musical Especial (EME), pois reforça o constituído nas leis, aponta para as atuais definições educativas e reconhece todo o estudante como cidadão protagonista das suas próprias composições diárias (e musicais).