Este artigo discute o desenho como uma linguagem atualizada e criativa das crianças sobre seus modos de brincar e de eleger brinquedos e brincadeiras que lhes agradam. Assume-se o desenho infantil como importante ferramenta de escuta do (a) professor (a) que atua em Educação Infantil, o que proporciona uma compreensão mais profunda da importância do cotidiano do brincar das crianças. Tem por objetivo compreender o brincar sob a perspectiva de um grupo de crianças, tomando-se o desenho como narrativas gráficas. O estudo, de abordagem qualitativa, se desenvolveu por meio de rodas de conversa e desenhos produzidos pelas crianças, o que permitiu ampliar o conceito de participação na Educação Infantil. Considerou-se a opinião das crianças sobre o seu brincar individual e coletivo, para além da perspectiva adulta. Os desejos, as preferências e os conhecimentos das crianças sobre o brincar, acenados em seus desenhos e suas verbalizações, reiteram a urgência de se romper com o pensamento escolarizante, de que todas as brincadeiras precisam resultar em uma aprendizagem normativa.