O presente artigo busca apresentar resultados de uma pesquisa desenvolvida no município de Forquilha (Ceará-Brasil), iniciada no ano de 2015, no interior do projeto “Terras secas da América latina e o conceito de convivência com o semiárido: contribuição brasileira ao debate sobre adaptação ao meio” que envolveu pesquisadores da UEVA (CE), UFPE (PE) e UNT (ARG). O objetivo da pesquisa foi o de analisar os possíveis impactos socioambientais do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) da Articulação do Semiárido (ASA) na vida das famílias rurais sertanejas que foram beneficiadas com essa política pública de convivência com o semiárido, a partir do ano de 2010. A pesquisa se dividiu em duas grandes instâncias, a saber: uma teórica, onde foi realizado intenso trabalho de leitura crítica sobre a realidade semiárida, elencando autores que possuem familiaridade com a temática em apreço; e, pesquisa de campo, onde o instrumento metodológico utilizado para o alcance dos objetivos foi o uso de entrevistas. Com isso, através da elaboração e aplicação de entrevistas semiestruturadas com essas famílias, buscou-se analisar se as cisternas de placas estão possibilitando a segurança hídrica, mesmo com o atual cenário de seca em evidência no sertão nordestino (2012-2016). Dessa forma, a pesquisa constatou que a chegada da cisterna trouxe diversos impactos, como a disponibilidade e o acesso à água de qualidade para beber ao lado da casa; o fato de estas não precisarem se deslocar por grandes distâncias em busca de água para consumo humano (beber e cozinhar); e, sobretudo, a segurança hídrica garantida pela cisterna, mesmo enfrentando uma das maiores secas da história do Nordeste brasileiro.