As formigas desempenham funções primordiais nos ecossistemas, sendo considerados bons bioindicadores. O conhecimento sobre esse grupo não é uniforme dentre os ecossistemas havendo poucos estudos em ambientes áridos e semiáridos. O semiárido brasileiro sofre fortes pressões antrópicas e apesar disso é pouco protegido e estudado. Aumentar o conhecimento sobre a região é fundamental para melhorar seu status de preservação ambiental. O estudo teve como objetivo avaliar como a diversidade de formigas é afetada pelo avanço do estádio sucessional. O trabalho foi realizado no município de Santa Terezinha, na mesorregião do sertão paraibano, classificada no clima semiárido (BSh). Foram selecionadas 15 áreas em diferentes tempos de regeneração natural, classificadas em três estádios sucessionais: inicial, intermediário e tardio. Em cada áreas foram estabelecidos cinco pontos de coleta, onde foram instalados pitfalls arbóreos e epigeicos. Foram coletados no geral 1194 indivíduos, distribuídos em 15 morfoespécies, 10 gêneros e 5 subfamílias. Das 15 espécies, 11 foram coletadas nas duas estações, 2 foram coletadas exclusivamente na estação seca e 2 exclusivamente na chuvosa. O gênero mais abundante foi o Camponotus, seguido de Pheidole. A maior parte das formigas encontradas tem o hábito alimentar generalista, que está associado com a carência de fontes alimentares. A estação seca caracteriza uma limitação forte para o estabelecimento de grupos que necessitam das folhas para a sobrevivência. Os índices de diversidade (Shannon-Weaver) e de Similaridade demonstraram que os estádios sucessionais não apresentaram uma diferença marcante entre si. Os padrões de diversidade entre os estádios só se tornam conspícuos quando se observa as estações seca e chuvosa.O padrão de diversidade encontrado está relacionado com a fitofisionomia local, afetada fortemente pelo uso intensivo do solo antes do abandono e da regeneração. Com isso conclui-se que a escassez hídrica e histórico de uso do solo são fatores mais importantes para a comunidade de formigas do que o tempo de regeneração em si. A proteção das áreas de Caatinga contra a degradação do solo e o desmatamento é fundamental para assegurar a proteção da mirmecofauna local.