Dentre as principais plantas inseridas no semiárido brasileiro, encontra-se a aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), da família Anacardiaceae, considerada de grande importância ecológica e econômica. Para entender e verificar tal importância foi realizado um levantamento da disponibilidade local dessa espécie por meio de uma turnê guiada em três comunidades rurais do semiárido paraibano (São Francisco, Pau d’Arco e Capivara), nos municípios de Cabaceiras, Itaporanga e Solânea, respectivamente. Foram registrados 1.375 indivíduos de M. urundeuva. A análise do perímetro e distribuição local apresentou uma tendência de aglomeração dos indivíduos em populações e a manutenção de indivíduos isolados próximos às residências. O perímetro do caule variou de menos de 10 cm até mais de 100 cm, com diferentes alturas. Registraram-se 1.151 citações de uso geral (640 citações atuais e 511 potenciais), sendo 784 de usos madeireiros e 367 não madeireiros para M. urundeuva. Para essa espécie se destacaram as categorias construção e combustível. Os dados sobre a distribuição e perímetro demonstrou que essas espécies tendem a formar populações em agrupamentos e que ambas apresentam uma população com indivíduos adultos, e poucos jovens, o que torna esse estudo importante para planos de manejo e conservação, já que o baixo registro de indivíduos jovens evidencia o não recrutamento, fato este que, a médio e longo prazo, pode levar essas espécies a um nível de extinção local. Sugere-se que sejam realizadas pesquisas e monitoramento das populações dessa espécie nas áreas rurais do semiárido nordestino, bem como nas atividades voltadas para o manejo sustentável. Os informantes das comunidades detêm um vasto conhecimento dos usos da espécie, que se confirmou bastante versátil. A utilização medicinal apresentou-se ampla em todas as comunidades, o que já era esperado. Para futuras investigações sugerem-se estudos com foco no monitoramento ambiental e em ações de manejo sustentável.