A agricultura familiar é a maior produtora de alimentos básicos para o país, no entanto, o sustentáculo desta agricultura está desaparecendo – as sementes. Os alimentos básicos da propriedade estão sendo substituídos pelos alimentos industrializados ou por nada. Assim, a fome se estabelece, mesmo na agricultura familiar, tradicionalmente espaço de fartura de alimentos e sementes. Os agricultores(as) têm manejado recursos genéticos desde que começaram a cultivar as plantas. Porém, a “revolução verde” acelerou a erosão genética e solapou os esforços empreendidos pelos agricultores(as) no sentido de conservar e melhorar suas variedades. Neste sentindo, as sementes, especialmente aquelas ditas crioulas, desempenham um papel de fundamental importância por garantir aos agricultores familiares uma fonte de recurso genético pronta e com característica de adaptação às condições locais. Para impedir a perda dessa identidade genética, várias alternativas devem ser realizadas na tentativa de garantir a manutenção da soberania alimentar bem como a reprodução e conservação das sementes locais de forma sustentável. O incentivo à manutenção de bancos Comunitário de Sementes, organização que conta com a participação dos agricultores para garantir o acesso a sementes de boa qualidade, em quantidade suficiente e no período certo do plantio, pode ser uma das ferramentas empregadas, visando, sobretudo, a divulgação da importância da conservação dessa riqueza natural como de fundamental importância na garantia da soberania alimentar, fixando o homem do campo e fortalecendo a agricultura familiar.