A cidade de Aroeiras, na Paraíba, ao longo dos anos que vão de 1970 a 1990, passou por um significativo processo de transformações urbanas. Paulatinamente, os espaços urbanos e o cotidiano da cidade foram ganhando outras configurações. Refletindo sobre tais aspectos, nosso trabalho consiste em uma proposta de análise sobre a recepção das reformas urbanas e as mais diversas impressões provocadas em seus moradores. A partir da análise dos relatos orais de memória, priorizamos refletir sobre como as memórias de diferentes moradores retratam reformas materiais, experiências vividas, nuanças de uma cidade de pequeno porte. Para compreender as dinâmicas da cidade, destacando seus conflitos, suas tensões e suas modificações materiais e estruturais, assim como os impactos causados no viver urbano, a memória configura-se como um importante lócus para compreender a experiência citadina e, ao mesmo tempo, dar visibilidade a diversos olhares sobre o urbano. Atribuímos visibilidade a essas narrativas sobre Aroeiras, no sentido de compreender práticas sociais e culturais, ou seja, buscamos priorizar as formas de experimentar, vivenciar e significar o espaço urbano, ações que demarcam as especificidades de um processo histórico inscrito nas memórias de seus habitantes. Nesse sentido, acreditamos que as transformações acabaram por redefinir certos aspectos do urbano, sem, necessariamente, suplantar os tantos costumes já consolidados, as práticas rurais e o ritmo habitual de uma pequena cidade.