Através desse texto publicizo as dores, mas também os prazeres que foram sentidos na pesquisa e na escrita, ao construir, através da operação - dos conceitos, dos dados da pesquisa, a funcionalidade da análise do tema “masculinidade e traição”. Por essa escrita tenho a pretensão de refletir o exercício da pesquisa e da escrita, pela arte de escrever. Não é uma arte fácil, mas é uma oportunidade de fazer registro sobre a vida e esta situação me deu o prazer da produtividade e da transformação. Como fonte de pesquisa, utilizo a minha tese de doutorado. Escolho como metodologia da escrita para este texto: o amor ou a paixão, enfim, o encantamento com o outro (a pesquisa e a escrita) e seus desdobramentos. Discutir a pesquisa me fez pensá-la como o “Outro” fala, provoca barulho e muitas vezes, pelo silencio me intimidou, mas também soprou muitas ideias; me fez repensar o meu lugar na relação com o “Outro”, no qual fiz muitas perguntas, com curiosidades, com interrogações, mas com desejos de conhecê-lo e, como historiadora, de interrogar: que transformações permitiram que você, meu ‘objeto’ de pesquisa passasse a ter existência? Estudos sobre narrativas indicam que os eventos só tornam-se historia quando as narrativas os descrevem, lhe dando existência. Foram muitos olhares, encontros e um começo de um encantamento. Organizo esse texto como um percurso de relacionamento, onde na relação entre o Eu e o Outro (a pesquisa e a escrita) houve encantamento, paquera, desejos, conquista, paixão, as descobertas, os conflitos e a separação.