A geração de informações ambientais, principalmente as interações entre a atmosfera com os processos de superfície, constitui-se em pré-requisito básico para uma exploração mais racional dos recursos naturais da região. O Estado de Alagoas tem suas atividades, principalmente a agricultura, muito dependente do tempo e clima. Assim, o conhecimento de variáveis de crescimento, estádios fenológicos, produção, balanço de radiação, energia e água são necessários para analisar e definir padrões de desenvolvimento agrícola e adotar práticas para uma produção autossustentável, desta forma, objetivou-se ampliar os conhecimentos sobre a dinâmica dos processos agrometeorológicos em área cultivada com feijão em Alagoas.O experimento utilizado como parâmetro de avaliação do modelo foi conduzido em campo com a cultura do feijão, na área experimental do Centro de Ciências Agrárias (CECA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Rio Largo, AL na região dos Tabuleiros Costeiros (09°28’02”S; 35°49°43”W; 127 m) numa área de 3.000 m². A densidade de semeio adotada foi de 200.000 plantas por hectares, irrigada com 100% da Evapotranspiração da Cultura. O delineamento experimental foi o de bloco casualizados, com quatro repetições. Utilizou-se parcelas de 8 x 10 m espaçadas por 2 m de rua, totalizando um bloco de 70 m x 8 m. Realizou-se o semeio de três sementes por cova, efetuando assim o desbaste após a emergência, a cobertura das sementes foi feita manualmente com 3 cm de solo. O desenvolvimento e crescimento da cultura foi acompanhado semanalmente a partir de amostragem destrutiva por subparcelas. Os estádios fenológicos foram observados diariamente. A colheita foi realizada logo após o estádio reprodutivo R9 que representa a maturidade fisiológica da cultura. A maturação fisiológica da cultura foi atingida aos 67 dias após o semeio, durações de ciclo inferior aos obtidos por Miranda e Campelo, 2010, que obtiveram ciclo total variando dos 81 e 87 dias, em condições irrigadas. Os mesmos autores corroboram com o somatório de Graus-Dia acumulados que foi de 1.112,13 GD enquanto os resultados encontrados por Miranda e Campelo, 2010, variaram de 976,0 a 1262,0 GD, ambos os trabalhos com a Tb de 10 ºC. Constatou-se que as temperaturas do ar (máxima e mínima) estiveram dentro da faixa classificada como ideal para a cultura do feijão (Figura 1), de acordo com Mariot, 1989 e Vieira et al., 2006, a temperatura média ideal para o cultivo do varia de 17,5 a 25ºC, apresentando-se próximo aos observados no período de cultivo apresentando média de 26,3 ºC, entretanto na fase de floração indica-se temperaturas médias de 21ºC, diferindo muito da observada no período de floração que foi de 25,7 ºC, ocasionando portanto abortamento de flores devido a temperaturas elevadas neste período. O aumento da transpiração real (Tr) está diretamente ligado a curva de crescimento da planta, devido ao acréscimo da área foliar e a consequente perda de água através da transpiração. O modelo se mostrou sensível a esse parâmetro visto que a transpiração real foi de 0 mm dia-1 até o 5º dia após o semeio (DAS), tendo a planta ainda não emergido.