Este trabalho discute a composição das imagens veiculadas no Facebook sobre o caso Marielle Franco, assassinada em março de 2018. O tema assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro teve 4, 8 mil publicações no Twitter. O termo #mariellepresente serviu de elemento para rotular os comentários, estabelecendo-se como um ícone para a manifestação da revolta contra a barbárie cometida. Além dos comentários, houve as manifestações via imagens propagadas no Facebook por aqueles que desejavam imprimir um discurso de indignação. Estes fizeram das redes o palco para práticas de letramento de (re)existência (SOUZA, 2016). A análise consistirá de dezesseis imagens postadas por internautas para manifestar a posição por eles adotada perante o fato, corroborando com o uso das redes sociais como espaço para (re)existência, uma reinvenção do cotidiano imposto por grupos hegemônicos de poder, dando visibilidade ao que se desejava calado. Temos manifestações de raça, de gênero e de condição social materializadas em práticas de letramento que merecem um olhar analítico sob o viés da Gramática do Design Visual, (KRESS; VAN LEEWEN, 1996 [2006]) como uma das possibilidades de interpretação e de registro das práticas situadas de letramento (BARTON, 1994) que podem ser interpretadas pela Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 1992;2001). Os resultados apontam para as representações discursivas metaforizadas nas imagens de o fato não se tratar de um assunto isolado, pois o caso Marielle Franco é o resultado do discurso de ódio contra negros, pobres, mulheres. Isso ocorre, principalmente, quando essas minorias encontram canais de projeção.