OFICINAS DE MATERIAL PEDAGÓGICO NAS AULAS DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PARFOR Lidiane Sousa Lima/ lidianelima54@gmail.com/ UECE Camila Maria Rodrigues/ camilamaria.rodrigues@gmail.com/ UECE Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo Este resumo discute o uso de oficinas material pedagógico na disciplina de Estágio Supervisionado no curso de Pedagogia do PARFOR. O Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, ainda vigente no país, é decorrente de uma ação conjunta entre o Ministério da Educação (MEC) e a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), visando ofertar aos professores da educação básica em exercício da docência na rede pública a formação exigida na Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB. Nesse sentido, o curso de Pedagogia desenvolvido no âmbito desse programa está voltado para professores atuantes na sala de aula, o que nos levou a questionar sobre como desenvolver o estágio supervisionado para quem já é professor. Portanto, tivemos como objetivo geral reconhecer a importância das oficinas de material pedagógico durantes as aulas de estágio supervisionado, como prática criativa e inovadora para atuar com um público já conhecedor das dinâmicas e rotinas da escola. Concordamos com teóricas como Pimenta (2009) e Lima (2012), quando afirmam que o estágio representa um espaço para trazer questões sobre a prática docente, aprofundando os nossos conhecimentos e discussões, assim como, pode representar um momento de revisitar nossos conceitos sobre o que é ser professor e compreender o papel da escola na sociedade. Deste modo, a disciplina de estágio não pode estar restrita a cumprimento de burocracia, nem ser conduzida com uma postura passiva, onde o professor fala e os alunos escutam, mas encaminhada como um espaço de discussão e de articulação entre ensino e pesquisa através do desenvolvimento de atividades que sejam socializadas e refletidas. Nesse caminho, o estágio irá representar para esse professor atuante não apenas um mero componente do currículo, mas um momento de análise das ações e de troca de saberes, bem como, espaço para aprimoramento da prática. Com essa perspectiva realizamos uma pesquisa-ação junto aos alunos do curso de Pedagogia - PARFOR, tendo como lócus a Universidade Estadual do Ceará. A turma da disciplina de Estágio Supervisionado dos anos iniciais do Ensino Fundamental, tinha ao todo 10 alunos, sendo maioria do gênero feminino. No início da disciplina foi realizado com os discentes uma sondagem, afim de conhecê-los, assim como, saber seus anseios sobre a disciplina. Primeiramente, realizamos um dinâmica de desenho, cujo objetivo era desenhar uma árvore tomando como metáfora para falar da sua trajetória de vida. Com essa atividade conhecemos as aproximações dos alunos com a docência, além de revelar um grupo experiente, com mais de 5 anos de regência de turma. Também solicitamos que os alunos respondessem o que esperavam da disciplina, as respostas que surgiram foram aprender "estratégias novas", "novos conhecimentos" "novas metodologias" "práticas concretas e reais", revelando um grupo que estava em busca de novos saberes e práticas inovadoras. Foram com essas primícias, que buscamos trazer para os alunos aulas que permitissem uma reflexão sobre as suas práticas, fortalecendo uma ampliação teórica e criando novas possibilidades. Nesse caminho, realizamos um trabalho de oficina de material pedagógico, essa experiência buscou aproximar os conhecimentos teóricos da formação com as necessidades de aprendizagem interativa, possibilitando a troca de saberes e a construção de materiais pedagógicos. Com isso, a intenção norteadora das oficinas foram refletir e planejar momentos de aprendizagem que buscassem a intersubjetividade entre professor, aluno, conhecimento e contexto de vivência. A confecção dos diversos materiais, pensados sob a luz dos problemas de aprendizagem relatados pelos discentes em suas práticas docentes, trouxe um rico conhecimento através da partilha de saber, pois possibilitou ao grupo avaliar os diversos instrumentos produzidos refletindo sobre suas adaptações possíveis à diversas outras possibilidades de aprendizagem. Um dos materiais produzidos foi uma roleta confeccionada com caixa de pizza e um brinquedo chamado spinner. A escolha do brinquedo foi pensada a partir do interesse que as crianças demonstraram em manuseá-lo. Assim, o objeto foi utilizado com a função de seta, permitindo o trabalho com diferentes disciplinas e conteúdos, como a roleta silábica, tradução de palavras bilíngue, multiplicação e gêneros textuais. Através desse trabalho, instigamos aos alunos refletir que a nossa prática pedagógica nunca está pronta e definida, mas está sempre em formação, pois na ação educativa é preciso que mediador e aprendiz busquem diálogos de compreensão e se transformem através do conhecimento. Consideramos, portanto, que a estratégia da oficina trouxe inovação e reflexão às práticas dos docentes em formação, tento em vista que essa experiência possibilitou atualização da sua prática promovida pelo diálogo entre referencial teórico e problemas advindos da sala de aula. Nesta perspectiva, acreditamos que o exercício de problematização, reflexão e reformulação da prática docente é um processo formativo que deve acontecer permanentemente no dia a dia dessa profissão. Esse princípio vai de encontro à concepção de Pimenta e Ghedin (2002) os quais vislumbram o educador como sujeito reflexivo que, através da problematização da sua prática, transforma e gera novos conhecimentos. Percebe-se, então, a necessidade da reflexão no processo de ensinar e aprender como condutora de novos saberes e aprendizados. Palavras-chave: Estágio Supervisionado, PARFOR, Oficinas Pedagógicas. Referências BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, n. 248, 23 de dezembro de 1996, p. 27833. Brasília, 1996. LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e aprendizagem da profissão docente. Brasília: Liber Livro, 2012. PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2009. _________; GHEDIN, E. Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Papirus, 2002.