A DINÂMICA DE ACOLHIMENTO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE) EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE RUSSAS-CE. Honório, Everãngela Batista, e-mail: everangela.honorio@aluno.uece.br, Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos1, Barbosa, Gardenia Maria de Oliveira, e-mail: gardenia.oliveira@uece.br, Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos2 Eixo temático: Educação, diversidade e Inclusão Social. RESUMO O presente estudo aborda a temática Educação Inclusiva e os atuais desafios encontrados para o processo de inclusão escolar. O interesse por esta temática surgiu a partir de minhas inquietações durante o curso de Pedagogia na disciplina de Estágio I - Educação Infantil com a convivência em sala de aula com alunos que têm Necessidades Educacionais Especiais, despertando minha vontade de entender como a escola vinha trabalhando com a inclusão desses alunos. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo investigar a dinâmica de acolhimento dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais em uma escola no município de Russas-CE. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica com o intuito de conhecer os principais autores dessa linha de pesquisa, tais como Mazzotta (2001), Mantoan (2003), Lima (2006), Soares e Carvalho (2012), dentre outros, que tratam sobre inclusão escolar e abordam a necessidade de tornar a escola um espaço mais inclusivo. Sobre o conceito de inclusão escolar, a autora Lima (2006) ressalta que: "[...] inclusão é um processo de transformação, contínuo, que deve ser consciente e que deve começar pela transformação em nós, para emanarmos para os outros, através de nossas ações concretas, éticas e conscientes. Destarte, a inclusão pressupõe, na prática, reconhecer no outro (pessoa com deficiência ou não) o potencial para aprender e a capacidade de ser. Isso significa quebrar tabus em relação à pessoa com deficiência, implica em pôr por terra barreiras atitudinais; pressupõe um novo modo de ser e viver, sob valores éticos sociais e humanos. Pressupõe viver na cooperação, na parceria, no respeito e, por que não, no amor (LIMA, 2006, p. 63)". Desta forma, foram realizadas observações em uma escola de ensino regular, numa sala de Educação Infantil com alunos que têm Necessidades Educacionais Especiais a fim de observar como as professoras trabalhavam a inclusão em sala de aula. Como mais um recurso para obtenção de informações, também foram aplicados questionários com as educadoras e familiares para compreender a perspectiva de cada um deles sobre o conceito de inclusão escolar. A questão primordial era: afinal, o que as educadoras e familiares pensam sobre inclusão? A partir da análise dos questionários e das observações, foi possível constatar que, para esses sujeitos, a inclusão é a oportunidade de crianças com Necessidades Educacionais Especiais frequentarem escolas de ensino regular sem que sofram algum tipo de discriminação. Segundo as educadoras, também se caracteriza como um desafio para a escola buscar estratégias de ensino para o desenvolvimento e aprendizagem desses alunos. No entendimento das professoras, inclusão escolar acontece quando todos os estudantes com necessidades especiais ou alunos considerados como normais podem participar de todos os momentos da vida escolar, principalmente quando não existem empecilhos para os educandos realizarem suas atividades, o que encontra eco na afirmativa de autores como Ribeiro, Bezerra e Holanda: "A inclusão, conceito socialmente construído e revolucionário, não diz respeito somente ao acesso de pessoas discriminadas às salas de aulas, mas prevê implementação de mecanismos que favoreçam situações de equidade, permitindo-lhes o acesso a todos os segmentos sociais". (RIBEIRO; BEZERRA; HOLANDA, 2015, p.21)". A partir das informações obtidas nesse estudo, os resultados apontaram que, na realidade, o processo de inclusão escolar é um grande desafio para os educadores, visto que mesmo sendo formados para trabalharem com educação infantil eles não se sentem preparados para receber as crianças com NEE em sala de aula, o que fica acentuado quando há a falta de estrutura física e recursos pedagógicos comuns nas escolas públicas. Essas questões evidenciam o quanto a educação inclusiva, que se caracteriza como um direito garantido por Lei, acaba perdendo sua efetividade quando as diretrizes estabelecidas não são respeitadas. De acordo com Soares e Carvalho: "[...] a educação inclusiva, como proposta política e pedagógica, organiza-se como educação para a diversidade e envolve a transformação do sistema educacional de forma a contemplar as necessidades de todos que acorrem ao sistema escolar e, mais especificamente, o direito à educação àqueles que ao longo da história tiveram suas diferenças de raça, sexo, classe social, cultura, linguagem e modos de aprendizagem e desenvolvimento tomados como argumento para a sua exclusão das mais diversas formas de participação social e, principalmente, das práticas educativas. (SOARES; CARVALHO, 2012, p. 92)". Portanto, a partir dessas circunstâncias, conclui-se que, no contexto desse estudo, a escola não tinha uma dinâmica de acolhimento pré-estabelecida aos alunos com NEE, que não obstante serem integrados nessa instituição pública de ensino, não recebiam um atendimento em plena conformidade com o que está estabelecido nos termos da Lei. Palavras-chave: Educação Inclusiva. Formação de Professores. Alunos com NEE. Referências: LIMA, Priscila Augusta. Educação inclusiva e igualdade social. São Paulo: Avercamp, 2006. RIBEIRO, Renata Rosa Russo Pinheiro Costa. BEZERRA, Tarcileide Maria Costa. HOLANDA, Telma Regina Pessoa. História e política da educação especial: da exclusão à inclusão. In: SANTOS, Geandra Cláudia Silva. (Orgs) et al. Inclusão: saberes, reflexões e possibilidades de uma prática em construção. Fortaleza: Eduece, 2015. SOARES, Maria aparecida Leite. CARVALHO, Maria de Fátima. O professor e o aluno com deficiência. São Paulo: Cortez, 2012. (Coleção educação & saúde; v.5). MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 2001. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? - São Paulo: Moderna, 2003.