OS DESAFIOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO EM PROMOVER NOS EDUCANDOS DO ENSINO MÉDIO A COMPETÊNCIA APRENDER A APRENDER
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Agência Financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes) Resumo Uma das observações feitas com dois meses do programa PIBID na escola é a falta de estímulo dos alunos em querer aprender os conteúdos de química ensinados em sala de aula. Quando questionados, os mesmos dizem que a disciplina é chata, difícil por conta da matemática, que não têm capacidade mental de compreendê-la ou que não tem curiosidade em aprender os conteúdos da disciplina. Percebe-se que muitos dos educandos, a grande maioria, estão preocupados somente em passar de série, aprendendo ou não o conteúdo, e que só assistem as aulas para fazer a prova e ter uma nota no final de cada bimestre. Os comportamentos observados não estão de acordo com os princípios da escola descritos no seu plano político pedagógico, os quais apresentam os objetivos: estimular nos estudantes a curiosidade, o interesse e a autonomia; a prática em procurar aprender; e a busca pelo desenvolvimento da metacognição. Durante o acompanhamento das aulas, com registro no diário de bordo, é notório a percepção de que os alunos estão cada vez mais dependentes do professor em procurar resolver questões sem antes realizar uma reflexão sobre a questão apresentada ou como buscar desenvolver em si ferramentas para solucionar os problemas propostos, aliás não são observadas ações ou atividades com esses propósitos. O objetivo desse trabalho é realizar um levantamento para compreender quais são os desafios da escola estadual de Suzano-SP, que faz parte do programa PIBID, para promover nos estudantes do ensino médio a competência do aprender a aprender e assim, estimular o interesse e a motivação por aprender. A fundamentação teórica da pesquisa está baseada no trabalho de Perrenoud (1999) que afirma que competência não é um estado, mas um processo. Para Perrenoud (apud Lucchese e Barros, 2006): "Uma competência é constituída de três componentes: O primeiro refere-se a uma mesma família de situações de um mesmo tipo, com uma mesma estrutura. O segundo supõe a utilização de recursos cognitivos relativamente específicos, não havendo competência se todos os recursos necessários tiverem que ser construídos, se todos os saberes tiverem que ser aprendidos, se todas as capacidades tiverem que ser desenvolvidas, se todas as informações pertinentes tiverem que ser coletadas. O último elemento passa por uma espécie de treinamento no sentido de mobilizar e adaptar tais recursos para que seja possível decidir e agir corretamente e, além disso, mobilizá-los com uma segurança, uma rapidez e uma tranquilidade suficientes. Para a construção de uma competência, recursos cognitivos são mobilizados, entre eles, encontramos os saberes, as capacidades ou habilidades e outros recursos mais normativos". Desse modo, nesse trabalho, desenvolver a metacognição do aluno é promover ações que estimulem o aluno como aprender a aprender, promovendo tarefas de acordo com seu desenvolvimento e sempre incentivando-o a ser proativo, a desenvolver as diferentes inteligências múltiplas e a estudar assuntos que lhe sejam interessantes e com objetivo pedagógico sobre cada ação. A metodologia da pesquisa foi realizada através das observações das aulas de química, registradas em diário de bordo, e por meio de entrevistas realizadas com os professores da área. A justificativa para tal levantamento, se deve ao fato da importância em estimular nos educandos a busca por melhorar seu aprendizado, por desenvolver a sua autonomia de estudante, ou seja, saber como estudar aquilo que lhe interessa e também o que não lhe interessa, afim de, tornar o seu aprendizado mais significativo, e claro, com estes dados promover ações para subsidiar os professores no desenvolvimento, em sala de aula, de projetos pedagógicos direcionado em estimular no aluno o papel de protagonismo para que o mesmo possam ir além daquilo que lhe é ensinado na escola. A análise parcial das entrevistas com os professores indica que os desafios para promover no aluno a competência do 'aprender a aprender' se deve a quantidade de estudantes por turma, o que dificulta o acompanhamento e atenção aos mesmos. Outro fator mencionado é a falta de recursos tecnológicos na escola que poderiam ajudar na motivação dos estudantes. Também foram mencionados a falta de respeito dos educandos e a bagunça em sala de aula bem como, o tempo de aula semanal disponível, que impede a abordagem detalhada dos conteúdos da disciplina. Nas observações feitas, em sala de aula, o que ficou claro é a monotonia das aulas que são sempre executadas de forma igual e que têm por objetivo desenvolver no aluno a mesma habilidade de receptor de conhecimento pronto e acabado e não o de construtor de seu conhecimento. Não há um preparo do conteúdo que visa incentivar a curiosidade, a construção e o desenvolvimento do conhecimento. Uma das ferramentas que poderia auxiliar a desenvolver a competência do 'aprender a aprender' é a utilização das aulas práticas que possibilitariam aos estudantes aprender com os seus erros e acertos, aliás, não há aulas práticas de Química no laboratório sendo que essa atividade é fundamental para o entendimento da disciplina. 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