PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA TÉCNICA EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO DE QUÍMICA: EXPERIMENTAÇÃO, MOTIVAÇÃO E APRENDIZAGEM Maria Eduarda Colucci Requi/dudacoluccirequi@gmail.coml/Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Pâmela da Silva de Brito/Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Paula Araújo de Souza/ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Bruno Pereira Garcês/Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Triângulo Mineiro Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem- com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Resumo O estudo da Química e seus fenômenos é critério indispensável para o desenvolvimento de alunos enquanto cidadãos, para que sejam participantes das atividades sociais com posição crítica, reflexiva e pensamento científico, visto que a mesma se faz presente em diversos âmbitos. No entanto, sabemos dos desafios enfrentados por alunos, em especial do ensino médio, que se encontram em preparação para vestibulares e para o mercado de trabalho, uma vez que os conteúdos são transmitidos de modo conceitual dentro de sala de aula sem uma visão de sua aplicação ambiental, social e até mesmo política. Ao ensino tradicional, muitas críticas são referenciadas devido à ação passiva dos discentes, vistos apenas como ouvintes das informações que geralmente não são relacionadas aos conhecimentos que o aluno já possui e quando não existe essa relação, a aprendizagem não se faz significativa (GUIMARÃES, 2009). Sendo assim, grande parte dos alunos não reconhece o que está estudando vinculado a seu cotidiano e acabam por praticar a memorização de conteúdo, o que não desperta interesse e motivação. Sabe-se também que existem dificuldades enfrentadas por professores, seja pela falta de preparação ou de estruturação das próprias escolas como laboratórios e recursos para ofertar uma aula fora do tradicional. Ainda segundo Guimarães (2009), a experimentação é eficiente na criação de problemas e contextualização dos mesmos, para que a investigação e os questionamentos sejam estimulados. E mesmo que muitas escolas tenham avançado no sentido de buscar alternativas que garantam a aprendizagem de seus alunos, são poucos os resultados satisfatórios, devido à visão genérica da abordagem prática, desse modo é importante que se utilize de ferramentas para tornar possível o desenvolvimento cognitivo dos alunos e a ocorrência de maior motivação (FRANCISCO JR., FERREIRA, HARTWING, 2008). Os alunos de ensino médio apresentam dificuldades como a interpretação, ausência de bases matemáticas, método de ensino do professor, confusão dos conteúdos e déficit de atenção. E a motivação para estudar Química pode ser alcançada através da elaboração de materiais didáticos significativos, que permita a integração entre o conhecimento prévio do aluno e as novas informações apresentadas (SANTOS, et al, 2013). Uma das maneiras de estimular a motivação do aluno são as aulas práticas, portanto a proposta do presente trabalho é investigar a importância creditada pelos alunos em relação à química, buscando entender o que falta para maior compreensão dos processos Químicos, bem como a análise da relação entre aula teórica e prática fornecida pela escola, pois entende-se que a experimentação garante maior aprendizado e proporciona ao aluno a inter-relação entre conceito e aplicação. Para a investigação desses fatores foram aplicados questionários em duas turmas do segundo e terceiro ano do ensino médio de uma escola técnica estadual, com questões de múltipla escolha e utilizando a escala Likert. Diante da avaliação dos resultados apontados nos questionários, alguns tópicos podem ser destacados como, na questão "A Química apresenta relevância para a vida em sociedade e para o meio ambiente? " em que 45 (quarenta e cinco) alunos responderam "concordo totalmente" e 26 (vinte e seis) responderam "concordo parcialmente" em contrapartida, apenas uma resposta "discordo totalmente", para um total de 71 alunos participantes da pesquisa. Isto leva a acreditar que apesar dos empecilhos no ensino da disciplina, está claro para os alunos a sua importância e o seu papel para a formação. Na afirmação "Os conteúdos de Química são fáceis e entender" obteve-se apenas 9 (nove) respostas "concordo totalmente", demonstrando a real dificuldade dos alunos em aprender os conteúdos, tendo em vista o total de aluno partícipes. Em "Acredito que aulas práticas podem ajudar no entendimento do conteúdo", foram 63 (sessenta e três) respostas "concordo totalmente" e 0 (zero) para "discordo totalmente". Devido à importância da experimentação no ensino de química, foram aplicadas outras duas questões de múltipla escolha com alternativas diretas, para corroborar o resultado obtido nas questões da escala Likert. Para a primeira questão "Você já teve aula prática no laboratório?" foram 9 (nove) respostas "nunca tive aulas práticas", 41 (quarenta e um) para "nunca tive, mas gostaria de ter" e 0 (zero) para a opção "frequentemente", enquanto na segunda questão "Quais motivos te levam a ter dificuldades para entender o conteúdo?" 37 respostas para "falta de aulas práticas relacionadas a teoria", 28 para "o comportamento dos meus colegas durante as aulas" e apenas 11 (onze) alunos responderam não ter dificuldades com o conteúdo. A partir da análise dos resultados, conclui-se que a aula experimental pode ser uma estratégia pedagógica na busca de melhorias das práticas educativas a fim de garantir o interesse e melhor rendimento dos alunos e observou-se a falta de práticas experimentais aliadas ao conteúdo teórico, que na visão dos alunos, não é atrativo e suficiente para proporcionar o entendimento dos processos químicos e suas relações com o cotidiano. Essa verificação demonstra que mudanças nesse sentido podem acontecer para que o ensino de Química se torne cada vez mais interessante e dinâmico. Palavras-chave: Dificuldades, ensino e aprendizagem, aulas práticas Referências GUIMARÃES C., C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova Na Escola. v.31, n.3 p.198-202, agosto 2009. FRANCISCO JR. W. E.; FERREIRA L. H.; HARTWIG D. R. Experimentação Problematizadora: Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências. Química Nova Na Escola. n.30, p.34-41, novembro 2008. SANTOS A. O.; SILVA R. P.; ANDRADE D.; LIMA J. P. M. Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia Plena. v.9, n.7, p.1-6, 2013.