PROPOSTA DE AULA DE REVISÃO DE CONTEÚDOS: ADAPTAÇÃO DO JOGO IMAGEM E AÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA Taís Coutinho Parente / taiscoutinhop@gmail.com / Universidade Federal do Ceará Eixo Temático: 1. Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: Secretaria Municipal de Educação (SME - Fortaleza) Resumo Segundo Piaget, o desenvolvimento infantil ocorre em quatro etapas, onde a última, operações formais, acontece quando a criança começa a desenvolver o pensamento abstrato, em torno dos 12 anos de idade (TERRA, 2002). Nesse período, mesmo que o estudante estimule este pensamento, percebe-se que existe uma dificuldade em aprender química, uma ciência que estuda o que não se pode ver: o átomo e as partículas subatômicas; ocasionando desinteresse de muitos pela disciplina no ensino básico. Assim, surgem alternativas com a finalidade de tornar as aulas mais atrativas, tornando o processo de ensino aprendizagem mais eficiente e diminuindo a evasão nas escolas. Práticas como experimentação, jogos, contextualização e outras que aproximem o cotidiano do discente ao conteúdo visto em sala devem ser planejadas frequentemente pelos docentes. Os jogos, em específico, contribuem para um desenvolvimento integral e dinâmico das áreas cognitivas, afetivas, social e motora, contribuindo para criatividade, responsabilidade e cooperação entre as crianças e adolescentes (Cavalcanti, 2013). Logo, este trabalho objetiva compartilhar a experiência de uma aula de química para o 9° ano do ensino fundamental a partir da revisão dos conteúdos: propriedades da matéria; estados físicos da matéria e mudanças de estado físico; misturas e substâncias puras e separação de misturas; utilizando uma adaptação do jogo Imagem & Ação. A proposta foi aplicada com alunos do 9° ano do Ensino Fundamental da rede pública em um projeto da Secretaria Municipal da Educação, Protécnico, realizado no contra-turno dos estudantes. A metodologia foi feita a partir da leitura de artigos e da adaptação das regras do jogo Imagem&Ação, considerando a viabilidade financeira do projeto (de Sá, 2006). Esta aula foi realizada após os alunos já terem visto todo o conteúdo em aulas anteriores, sendo os alunos previamente avisados que teriam uma aula de revisão e uma avaliação dos conteúdos vistos. Os materiais necessários foram um dado, um cronômetro, lousa e pincel. Na lousa foram escritos os tópicos: 1-propriedades da matéria; 2- estados físicos da matéria e mudanças de estado físico; 3-misturas e substâncias puras; 4- separação de misturas; 5- qualquer um dos quatro assuntos; 6-desafio. A turma foi dividida em quatro grupos de quatro pessoas, sendo as equipes numeradas de 1 a 4. Os números 1 a 5 do dado significava que um membro da equipe deveria desenhar no quadro imagens em relação aos assuntos sorteados, enquanto o numero 6 significava que dois membros da equipe deveriam fazer uma mímica sobre qualquer assunto escolhido entre os números de 1 a 4. Antes de realizarem o desenho ou a mímica, os estudantes tinham um tempo para pensar e perguntar à professora se a ideia estaria correta. A primeira rodada começava com a primeira equipe que deveria jogar o dado e a partir do número sorteado, um membro da equipe teria 30 segundos para fazer o desenho ou mímica; nesse momento, apenas sua equipe poderia opinar. Passados os primeiros 30 segundos, caso a equipe 1 não tivesse acertado, as demais equipes poderiam também se manifestar durante os próximos 30 segundos. Quem acertasse, ganharia um ponto, caso ninguém acertasse, nenhuma equipe ganharia ponto. A segunda rodada começava com a segunda equipe, seguindo os mesmos passos e assim por diante. Ao final, ganharia a equipe que tivesse maior pontuação. A avaliação dos alunos foi feita pela professora a partir da observação do interesse dos mesmos na aula, pensando em desenhos e mímicas compatíveis com os conteúdos. Pode-se observar que eles estavam muito interessados em desenhar e acertar. Essa metodologia teve êxito, principalmente, porque os alunos haviam se preparado para uma prova, avaliação que eles estão acostumados a fazer. Anteriormente, a autora havia aplicado esta metodologia em outra turma, sem avisar previamente e, mesmo com a permissão para consultar material didático, o jogo não teve a mesma fluidez. Logo, é necessário que os alunos saibam o conteúdo para que o jogo seja dinâmico, divertido e educativo. Outro ponto é que dentro de uma equipe, os alunos trabalharam bem suas relações sociais, buscando ajudar um ao outro, porém houve sentimento de competitividade forte entre equipes diferentes. Nessa hora, cabe ao professor mediar, reforçando a ideia de que o aprendizado deve ser mais importante do que a competição. Ao final da aula, três alunos, voluntariamente, parabenizaram a professora pela aula e pediram que tivesse mais aulas assim, porque haviam se divertido enquanto revisavam a matéria. Com esta experiência, observa-se que inovações na prática docente devem ser sempre utilizadas, objetivando um maior interesse do estudante e seu aprendizado. Porém, é necessário planejamento prévio, além de capacidade para conduzir bem os imprevistos que podem ocorrer durante a atividade. De uma maneira geral, os professores precisam ter boas estratégias de gestão de pessoas, visto que na maioria das vezes lidam com muitos estudantes de realidades e contextos diferentes em uma mesma sala. Palavras-chave: desinteresse em química, ensino básico, jogos, inovação Referências CAVALCANTI, K,M,P,H.; GUIMARÃES, C.C.; BARBOSA, E.L.C.M.; SÉRIO, S.S. Ludo Químico: um jogo educativo para o ensino de química e física. Trabalho apresentado no IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. IX, ENPEC, Águas de Lindóia, SP, 2013. de SÁ, R.F.; de MORAIS SÁ, C,S.; SIMÕES NETO, J.E.; CÂMARA, M.S.C. Jogo "química em ação": preparação de um material didático para o ensino de química. Disponível em Acesso em 05/10/2018. TERRA, M.R. O desenvolvimento humano na teoria de Piaget. Disponível em < https://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm > Acesso em 05/10/2018.