Na Educação Infantil, as crianças interagem com as múltiplas linguagens e suas variadas formas de expressão, comunicação, fruição, imaginação e criação. A linguagem escrita, constitutiva das relações humanas e de suas práticas culturais, faz parte das vivências destas crianças. Nesse contexto, temos como objetivo, analisar sentidos de professoras acerca dos modos de apropriação da linguagem escrita na Educação Infantil. Os dados aqui apresentados estão sendo construídos no contexto de uma pesquisa que tematiza as práticas de leitura e escrita nesta etapa educativa. A investigação assume princípios da abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994) e da perspectiva sócio histórica da pesquisa em Ciências Humanas (FREITAS, 2002; VIGOTSKI, 1991; BAKHTIN, 1985). Realizamos uma entrevista semiestruturada com profissionais que atuam em turma multiidade/mista de uma instituição pública de Educação Infantil do Sertão Central Potiguar. Dialogamos teoricamente com Baptista (2012), Gobbi (2012), Ferreiro (2011), Ubarana e Lopes (2012), Barbosa e Oliveira (2016) e consideramos as referências legais (BRASIL, 2009; RN, 2018) para analisar as vozes das professoras. Os sentidos sobre como as crianças aprendem a ler e escrever envolvem perspectivas diferentes, ora se presentifica uma ideia de apropriação da linguagem por meio de contextos letrados, ora transparece o discurso de ensino mais tradicional da língua, por meio de repetição e cópia. Desse modo, o estudo aponta para a necessidade de um diálogo maior com as práticas cotidianas construídas por professoras e crianças na Educação Infantil.