A emergência sanitária ocasionada pela pandemia do novo coronavírus demandou, para dirimir seus índices de contágio, períodos de isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas medidas necessárias influenciaram a dinâmica do processo de ensino das escolas, aderindo ao ensino remoto emergencial. A mudança da rotina de trabalho dos professores e as particularidades do ensino da Língua Portuguesa, fundamental para o pleno exercício das crianças na sociedade, puseram em evidência uma ampla gama de questões que precisariam ser acompanhadas na proposta curricular para que as práticas fossem bem sucedidas. O presente artigo tem como objetivo descrever o papel do professor como sujeito e como profissional, dentro do contexto pandêmico e do ensino remoto emergencial, e como este reverbera na composição do currículo possível e no ensino da Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental. Os procedimentos metodológicos adotados para tal fim consistiram em uma pesquisa bibliográfica, considerando autores que narram sobre a dimensão histórico-política da sociedade e do ensino da língua portuguesa, e uma pesquisa em campo de caráter analítico em uma Escola Municipal em Fortaleza. A pesquisa bibliográfica e a pesquisa em campo possibilitaram a devida compreensão do currículo possível e fundamentaram a implementação de práticas na turma de 3º ano, também relatada nesta obra. A partir deste estudo, pode-se concluir que, apesar das possibilidades apresentadas pelas tecnologias, o trabalho docente sofreu duras restrições e com limitado suporte administrativo na instância da escola pública. As fundamentações teóricas da prática auxiliam os docentes a resguardar qualidade para o processo de aprendizagem em Língua Portuguesa.