Observando o atual cenário do Brasil, é perceptível, em contexto de aprendizagem, o declínio das capacidades linguísticas dos estudantes, por ocasião das vicissitudes desta última pandemia. Com a volta das aulas presenciais, os alunos que não obtinham (in)sucessos, voltaram para sala de aula com os déficits mais aflorados. Quando partimos do princípio de ensinar uma LE, constata-se que a escassez do letramento/multiletramento provoca o início de um ciclo de repetição por falta de compreensão. Desse modo, esta pesquisa inicial busca apresentar soluções para que o multiletramento seja estudado, explorado e entendido pelos professores para facilitar na metodologia e na aprendizagem de língua estrangeira no âmbito escolar. Neste sentido, objetivamos discutir possibilidades por meio da noção de (multi)letramento (ROJO, 2012; BAGNO; STUBBS; GAGNÉ, 2002; KLEIMAN, 1995, 1999; SOUZA; MENDONÇA, 2012)como estímulo aos alunos pelo interesse dos conteúdos dados em sala de aula e, ainda, com vistas a incentivar os professores a melhorarem suas didáticas e metodologias. Para isso, utilizaremos o relato de uma aula de Língua Inglesa ministrada no sétimo ano do ensino fundamental II, oriunda das experiências de estágio supervisionado II. Esse trabalho trata-se de uma pesquisa-ação com foco na aplicação de atividades utilizando o gênero canção. Buscando as teorias sócio interacionais, (BRONCKART, 2012; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) fomos capazes de compreender o motivo de cada aluno pensar do jeito que pensou para responder aos estímulos que foram implicados. Trabalhando conhecimentos prévios e o reconhecimento textual do gênero em relevo, conseguimos determinar os passos para a compreensão dos intergêneros que compõe a esfera artístico-musical dos textos selecionados na intervenção. As atividades englobaram exercícios de leitura, escrita, análise linguística/semiótica de canções e outros materiais extralinguísticos que oportunizam contextos de composição e compreensão dos gêneros musicais (canção). Concluímos, assim, que é necessário discutir a possibilidade de um planejamento sobre (multi)letramento musical, digital (como contexto e suporte) para que os professores se atentem às novidades das linguagens coproduzidas em pelas trocas entre indivíduos jovens e adolescentes, buscando formas de envolver os alunos dentro das ações de intervenção didático-pedagógica de leitura e compreensão textual.