Nas últimas décadas, a fluência em leitura passou a ser mais explorada em estudos centrados no processo de alfabetização de crianças. Compreendida como ponte entre a leitura e a compreensão (RASINSKI, 2004; 2006), a fluência é vista por pesquisadores em língua portuguesa (PULIEZI; MACHADO, 2014; SILVA, 2018) como forte índice de um processo de alfabetização bem sucedido, além de um elemento potencializador das práticas de letramento, com ênfase naquelas desenvolvidas no/a partir do contexto escolar. Isso nos leva a buscar compreender melhor como uma estratégia de avaliação da fluência pode ser empregada para avaliar o processo de alfabetização de crianças, bem como que insumos tal estratégia tende a ofertar aos professores cujos estudantes participam desta avaliação. O presente artigo constitui-se de uma breve discussão sobre a fluência em leitura, apresentação de uma metodologia avaliativa da fluência com foco em crianças que estão no 2º ano do ensino fundamental e compartilhamento de resultados nacionais oriundos de aplicações da referida avaliação nos anos de 2019, 2021 e 2022, com vistas a traçarmos panorama sobre os dados obtidos, e, por conseguinte, discutirmos brevemente sobre a potencialidade pedagógica neles presente. Por resultados, temos um montante de 734.245 alunos do 2º ano avaliados. Destes, 540.512 foram caracterizados como pré-leitores, 153.350, como leitores iniciantes e 40.383, como leitores fluentes. Em percentuais, temos 73,6, 20,9 e 5,5 respectivamente. Conclui-se que, tendo a fluência como parâmetro avaliador, seguimos diante de um cenário bastante desafiador no que diz respeito à alfabetização das crianças brasileiras.