No processo de ensino-aprendizagem, o livro didático configura-se como uma importante ferramenta de mediação do conhecimento explorado no âmbito escolar por alunos e professores. Desde 1997, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) viabilizado pelo governo federal foi instituído com o intuito de fornecer as escolas este material didático a fim de ampliar os saberes compartilhados em sala de aula. Todavia, faz-se necessário compreender que, mais do que um suporte a ser seguido literalmente, caberá ao professor fazer as adequações para usar este apoio didático de forma flexível, pois parte-se do pressuposto de que o livro serve como mais um uma possibilidade de trabalho e não apenas como um veículo pelo qual o professor será mero seguidor de todas as propostas elencadas no mesmo. O presente estudo tem por objetivo averiguar algumas atividades postuladas no livro didático de Língua Inglesa usado em uma escola pública de ensino médio, a fim de averiguarmos três questões, a saber: a) Essas atividades contribuem para desenvolver o nível crítico dos alunos ou apenas contemplam questões de classificação e preenchimento de lacunas de forma descontextualizada? b) O uso obrigatório e restrito do livro didático coíbe os estagiários de exercerem seu trabalho de forma reflexiva? c) Quais as possíveis linhas de fuga que o estagiário pode desenvolver para ampliar o trabalho com o livro didático? Metodologicamente este trabalho configura-se como um estudo de caso e parte da experiência de alunos estagiários de Língua Inglesa da UEPB, cujo trabalho de estágio está sendo realizado durante os meses de Setembro, Outubro e Novembro em uma turma de 1º ano do Ensino Médio, a qual comporta em torno de 10 alunos, na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Raul Córdula, localizada em Campina Grande-PB. Como aporte teórico dessas discussões, nos apoiamos nas leituras realizadas por Cristovão e Dias (2009) sobre o livro didático de Língua Inglesa, e também os apontamentos abordados por Oliveri (2010), Nóvoa (2011) acerca da importância do professor reflexivo e pesquisador. O resultado parcial deste estudo até aqui obtido demonstrou que o livro didático não deve ser o único artefato didático norteador das aulas, visto que, algumas atividades apresentam-se limitadas ou ultrapassadas para o contexto atual dos alunos. Denotamos também que a criatividade e o processo reflexivo dos estagiários quanto ao uso do livro é um viés fundamental para desenvolver mecanismos de fuga, por exemplo, pesquisas extraclasses, que propiciem ao aluno visões diferenciadas das expostas no manual didático. Deste modo, compreendemos que o livro não deve ser vislumbrado apenas como um caderno de receitas pedagógicas a serem religiosamente seguidas, mas, sobretudo entendido como um apoio do trabalho docente, que precisa ser cotidianamente analisado de forma crítica por estagiários e professores a fim de tornar o ensino mais produtivo.