O teatro, muitas vezes, é utilizado como prática pedagógica para proporcionar ao aluno uma experiência mais profunda de conhecimento. Historicamente, desde que os jesuítas chegaram ao Brasil, a partir de 1549, se utilizaram do teatro como ferramenta de catequização dos indígenas. De maneira semelhante, o jogo também é considerado uma ferramenta de ensino, podendo-se extrair de ambos (teatro e jogo) uma essência didática voltada à aprendizagem na escola. Para isso acontecer é necessário que o jogo seja visto como algo que some conhecimento. Para Huizinga(2004), o jogador pode se entregar completamente sem perder a seriedade do jogo e aproveitar a oportunidade para extrair as coisas positivas que proporcionem transformação. Dessa forma, o jogo tem a capacidade de transformar as pessoas, podendo incluir o jogo teatral para abarcar ainda mais essa transformação e proporcionar um maior conhecimento. Viola Spolin (2011, p.03) considera que "qualquer um pode atuar, qualquer um pode improvisar, qualquer um pode adquirir as habilidades e competências para ser o senhor dos palcos”. Pensando nesta perspectiva, nós – discentes do PIBID – utilizamos dos jogos teatrais como pratica pedagógica junto aos alunos da Escola Municipal Veríssimo de Melo com o intuito de fazer com que os mesmos construíssem conhecimentos teóricos por meio de suas próprias reflexões adquiridas após a vivência do jogo. A metodologia usada foi o estudo de caso com uma pesquisa bibliográfica entrelaçando as ideias de escritores como: FREIRE (2011), HUIZINGA (2004) e SPOLIN (2011), que trabalham respectivamente a educação, jogo como elemento cultural e jogos teatrais, assim como a dissertação de mestrado do próprio professor de teatro da escola, Leandro Augusto, que discute o trabalho de teatro desenvolvido na referida escola, isto tudo somado com a minha experiência enquanto bolsista PIBID. A iniciação dos jogos teatrais na Escola Municipal Veríssimo de Melo teve uma aceitação significativa por parte dos alunos. Essa pratica pedagógica visava aplicar os jogos deixando os alunos livres para estimularem a criatividade. Logo após, relatavam como havia sido a experiência, o que tinham aprendido e o que poderiam reutilizar no seu dia a dia. Porém, o jogo não era levado a serio, assim como alguns alunos resistiam sem querer participar das atividades. Mas no decorrer do ano letivo a turma foi percebendo a seriedade do trabalho e aumentando a participação na sala de aula, ao ponto de todos estarem participando do jogo, fazendo suas reflexões sobre a experiência vivida e os conhecimentos que aprenderam. Essa prática pedagógica do jogo teatral do próprio aluno criar, refletir e questionar proporciona uma autonomia que se associa com o pensamento freireano sobre autonomia e respeito do “pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando” (FREIRE, apud CAVALCANTE, 2011, p.31), podendo ser utilizada em diversas áreas do conhecimento não só no ensino do teatro.