LUCCHESI, Flávia. Estranhxs e ingovernáveis. Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/106744>. Acesso em: 21/12/2024 15:59
Dentre os resultados da pesquisa de doutorado "Queer ingovernável: da conservadora assimilação ao fogo anarquista", na qual procurei fazer uma genealogia do queer em meio aos anarquismos, sobressai o significado de queer enquanto força estranha, anômala, perturbadora (tradução quase literal de to queer). Sentidos também manifestos pela anarquia e, igualmente, historicamente atribuído axs anarquistas. A associação entre anarquismos e queer, quando propiciadora de perturbações à ordem, afirma a luta antiassimilação, indissociável da atitude de revolta. Trata-se da anarquia e do queer como práticas, verbos que estão em movimento. Anarquizar e queerizar, reciprocamente, convidam à demolição de fronteiras, não apenas das pátrias e Estados, dos binarismos sexo-gênero e das definições identitárias. Mas, também, aquelas erguidas entre humanos e os outros bichos e seres considerados inumanos ou ainda não humanos – como são tidas as crianças. Propõem-se apresentar estes resultados da pesquisa, por meio da análise genealógica seguindo os apontamentos de Michel Foucault, em conversa com escritos ácratas, anarco-queers, a teoria queer libertária de Jack Halberstam e algumas contribuições de René Scherer & Guy Hocquenghem, Donna Haraway e Lee Edelman.