A sociedade brasileira possuí enraizamentos do patriarcado, elitismo, racismo e mandonismo. Assim, a discussão sobre políticas afirmativas para a equiparação das desigualdades historicamente construídas deve ser prioridade. A partir da realidade vivida, da falta de igualdade nas relações, o não reconhecimento de direitos, a discriminação e muitas vezes a violência cotidiana os chamados grupos minoritários, que são metade ou mais da população, como as mulheres e os negros se organizam em movimentos sociais por melhoria nas condições de vida e justiça social e se estruturam para lutar contra os sistemas ideológicos convencionados. Os movimentos sociais nascidos dessa dinâmica alcançaram vitórias importantes, colocando na pauta dos governos a necessidade de políticas focalizadas para esses grupos sociais, em busca de uma equiparação histórica em relação às desigualdades sofridas. Dentre essas políticas destaca-se a política de cotas que tem como cerne a reserva de vagas para um grupo específico, como a reserva de vagas de portadores de necessidades especiais em serviços públicos, reserva de vagas para alunos afrodescendentes dentro de universidades públicas e, a escolhida para estudo nesse trabalho, a política de cotas “Lei de Cotas nº 9.504/1997”, que instituiu 30% de cotas para candidatas mulheres nas legendas partidárias de todo o país. O trabalho tem o objetivo de mostrar como a forma que foi implantada a política de cotas mostrou-se ineficiente na busca de uma maior representatividade das mulheres dentro dos espaços políticos brasileiros, motivo pelo qual ela deve ser revisada.