O processo de construção das identidades, na primeira infância, é permeado de experiências, trocas e descobertas; assim o ambiente escolar deve cada vez mais ser pautado no protagonismo, na investigação e na convivência. O ateliê em escolas com abordagem inspirada em Reggio Emília tem papel fundamental nessa construção, representando para a escola um espaço de valorização das relações com o ambiente, com as múltiplas linguagens e, com as pessoas. Por meio da arte, o Ateliê Criativo proporciona a criança oportunidades de comunicação e ressignificação de suas percepções de si e do outro, possibilitando o contato e a observação das pluralidades étnicas-raciais do nosso país. Considerando estes aspectos, este trabalho busca discutir o papel do Ateliê Laranja Luz – da Escola Municipal Professora Luzinette Laporte de Carvalho, do município de Garanhuns, localizado no interior pernambucano, na implementação da lei 10.639/03 e por consequência na construção das identidades raciais das crianças naquele pedaço de chão. A porta de entrada desta discussão é a observação de produção de autorretratos, nos quais as crianças utilizaram os “lápis cor de pele”, e a observação com espelhos. Esta é uma pesquisa qualitativa, a qual observa a documentação pedagógica das turmas de pré-escola, referentes ao projeto “Mulheres que pintam” que trabalhou a produção de autorretrato à luz das obras de Frida Kahlo e Tarsila do Amaral, considerando as produções, os relatos e fotografias das atividades propostas, buscando identificar as representações de cor de pele e características de cabelo utilizadas pelas crianças em suas produções. Esperamos que este debate, e socialização das experiências do Ateliê Criativo Laranja Luz possam contribuir para a construção de uma educação infantil cada vez mais inclusiva e antirracista, a que assegure a garantia de todos os direitos de aprendizagem.