Para a promoção e fortalecimento de uma educação transgressora que abra caminhos para um educar em liberdade, é necessário construir, reconhecer e ampliar práticas pedagógicas que atuem a partir do olhar interseccional. Essa perspectiva acerca das diferenças raciais, de gênero, e classe podem fornecer bases materiais e simbólicas para reorientar as práticas inclusivas no contexto escolar. Com base nessa concepção, buscamos, na presente pesquisa, compreender, através da análise interpretativa das narrativas docentes, como a interseccionalidade perpassa o cotidiano da Educação Especial, mais especificamente na perspectiva do Ensino Colaborativo. Esta produção visa investigar as problemáticas inseridas nas relações cotidianas nas/das escolas inclusivas, bem como os fazeres e dizeres que permeiam as narrativas dos docentes e seus relatos de atravessamentos nas trocas com seus discentes. Utilizaremos, visando descortinar o que há por trás destas narrativas, uma metodologia que tem a interseccionalidade como ferramenta analítica, dentro do campo qualitativo sob a perspectiva da pesquisa nos/dos/com cotidianos. Considerando a costura entre diferentes formas de identidade e opressão, destaca-se a importância de reconhecer e abordar as múltiplas dimensões identitárias, docentes e discentes, e como essas dimensões interagem para influenciar a experiência educacional nos contextos da Educação Especial na perspectiva do Ensino Colaborativo.