LIMA, Maria Ismênia. Literatura de cordel: a oralidade em questão. Anais V ENID & III ENFOPROF / UEPB... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/11714>. Acesso em: 25/11/2024 00:15
Este artigo pretende discutir a importância do estudo da Literatura de cordel e sua utilização enquanto recurso pedagógico para o incentivo à oralidade em sala de aula. Entendemos que a Literatura de cordel representa todo um conjunto de manifestações, histórias, crenças e cultura de um povo. A Literatura de cordel apresenta, dessa maneira, uma forma de representação de uma realidade em que se pretende expressar pensamentos, questões sociais e toda uma historicidade. Ao escrever, o cordelista transmite para o leitor a sua visão sobre o mundo ou mesmo sobre algo que queira transmitir como mensagem para o leitor/ouvinte. Estes, terão contato com um universo musicalizado e com toda uma estrutura voltada para o ritmo e para a interação. O encantamento que a narrativa do cordel pode despertar não tem fronteiras, visto que consegue penetrar por muitas épocas e períodos, traz para a cena da narrativa, personagens e contextos inesperados ou até mesmo os mais cotidianos, sendo que neste caso, passam por uma transformação que lhes possibilita o caráter autêntico e novo, assim tornam-se interessantes ao olhar do leitor. Portanto, tendo em vista a musicalidade, a interação e a oralidade, que são requisitos para um bom contato com os folhetos de cordel, a sua utilização em sala de aula pode ser propícia para o incentivo à prática oral pelos alunos. Ao praticar a oralidade, o aluno poderá ter a autonomia sobre o que fala, poderá formular seus próprios argumentos, defender seu ponto de vista e tornar-se mais participativo dentro e fora da sala de aula. Desse modo, é bastante interessante que a Literatura de cordel seja abordada de maneira aprofundada, valorizando toda a sua riqueza cultural e importância no contexto literário brasileiro.