Artigo Anais do EBI - Encontro Brasileiro de Ictiologia

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-033-2

DIVERSIDADE FUNCIONAL DE PEIXES SILVESTRES INFLUENCIADOS POR PISCICULTURAS EM TANQUES-REDE NO RESERVATÓRIO DE ILHA SOLTEIRA, BACIA DO ALTO RIO PARANÁ

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Publicado em 12 de fevereiro de 2025

Resumo

Em 2023, o Brasil produziu 887 mil toneladas de peixes de cultivo, sendo 166 mil toneladas oriundas de pisciculturas em tanques-rede no Estado de São Paulo. Embora pisciculturas em tanques-rede sejam empreendimentos promissores, apresentam potencial para gerar alterações na biodiversidade local e serviços ecossistêmicos. Objetivamos avaliar a influência de pisciculturas em tanques-rede sobre a diversidade taxonômica e funcional de peixes no reservatório de Ilha Solteira, bacia do alto rio Paraná. Para isso, realizou-se quatro coletas em três pisciculturas (TR) e duas áreas controle sem pisciculturas (CT) a fim de avaliar os índices de diversidade taxonômica, ? e funcional. Foram capturados no total 2.781 indivíduos, sendo 896 nos pontos CT e 1885 nos pontos TR. Plagioscion squamosissimus (1.352) e Geophagus sveni (699) foram as espécies mais abundantes. Não foram encontradas diferenças significativas nos índices de diversidade taxonômica e ? entre os pontos CTxTR avaliados. Para diversidade funcional, houve diferença no índice de redundância funcional (FRed) em CT1xTR2 (maior em TR2) e em CT2xTR3 (maior em CT2). Sugere-se que o fato da área de estudo estar localizada no reservatório de uma usina hidrelétrica, a qual já apresenta impactos prévios decorrentes da formação do reservatório, os possíveis efeitos da atividade de piscicultura se tornaram secundários, visto que em outros estudos de diversidade no alto rio Paraná é possível observar diferenças entre áreas CT e TR. Outra possível explicação para a baixa influência das pisciculturas é o número reduzido de coletas, uma vez que estudos com desenho amostral com maior número de coletas demonstram de forma mais clara influências sobre as diferentes facetas da diversidade na ictiofauna local. Esses resultados levantam questionamentos sobre a necessidade de monitoramentos de longo prazo e esforço amostral periódico, auxiliando piscicultores e órgãos fiscalizadores a melhorarem medidas mitigadoras, promovendo ações de conservação e gestão sustentáveis.

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