Artigo Anais do EBI - Encontro Brasileiro de Ictiologia

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-033-2

REVELANDO O INEXPLORADO: ASPECTOS REPRODUTIVOS DA PESCADA PRETA – PLAGIOSCION AURATUS (CASTELNAU, 1855) NA ILHA DE MARAJÓ/PA

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Publicado em 12 de fevereiro de 2025

Resumo

Plagioscion auratus, conhecida como Pescada Preta, é uma espécie de grande relevância econômica e social na Amazônia, destacando-se pelo seu elevado consumo e valor proteico. No entanto, os aspectos de sua história de vida permanecem pouco explorados, evidenciando lacunas no conhecimento sobre seus fundamentos biológicos. Este estudo teve como objetivo caracterizar os aspectos reprodutivos de Plagioscion auratus, enfatizando suas principais táticas reprodutivas no rio Paracauari, Ilha do Marajó/PA. Foram realizadas coletas bimestrais em 2019 em seis localidades, utilizando redes de emalhar, arrasto e tarrafa. As análises incluíram o tamanho de primeira maturação gonadal, a proporção sexual, a relação entre comprimento total (CT) e peso total (PT), além da avaliação do período reprodutivo e da época de desova. Foram coletados 17 espécimes (11 machos e 6 fêmeas). O tamanho de primeira maturação foi 140 mm para fêmeas e 145 mm para machos. A proporção sexual observada foi de 1,83M:1F, sem diferença estatística significativa (?²=0,77; p=0,37). A relação entre CT e PT foi significativa para machos e sexos agrupados (p<0,05), mas não para fêmeas (p>0,05). O padrão de crescimento foi alométrico negativo, indicando que o PT aumenta a uma taxa inferior ao CT. Os valores médios de ?RGS e ?K foram altos para fêmeas durante o período de seca, enquanto não foram registrados para machos, devido ao reduzido número amostral. Os resultados evidenciam importantes aspectos da estrutura populacional e reprodutiva de P. auratus, de forma que a desova ocorre de maneira sincronizada com as flutuações hidrológicas, sendo o período de cheia especialmente favorável devido à maior disponibilidade de alimentos e microhabitats, fundamentais para a sobrevivência dos juvenis. Além disso, os padrões de crescimento alométrico e tamanho de primeira maturação precoce, inferem táticas adaptativas influenciadas por predação e pressão pesqueira, reforçando a necessidade de manejo e conservação ecológica.

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