Artigo Anais do EBI - Encontro Brasileiro de Ictiologia

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-033-2

VARIAÇÃO TEMPORAL DA DIETA DO TAMBAQUI (COLOSSOMA MACROPOMUM, CUVIER, 1816) NA UHE JIRAU, AMAZÔNIA BRASILEIRA

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Publicado em 12 de fevereiro de 2025

Resumo

A história de vida dos peixes amazônicos está ligada ao ciclo hidrológico, que regula a organização trófica e a dispersão das espécies entre habitats aquáticos. O tambaqui (Colossoma macropomum), nativo das bacias Amazônica e Orinoco, possui alto valor econômico, sendo explorado na pesca comercial, de subsistência, recreativa e piscicultura. Avaliamos a variação temporal na dieta do tambaqui em uma barragem hidrelétrica na Amazônia brasileira. Amostramos os peixes ao longo de 14 anos (2010-2024) nas áreas a montante da UHE Jirau (RO). A dieta foi analisada por frequência de ocorrência e volume relativo dos itens alimentares, formando o Índice de Importância Alimentar (IAi), e agrupado em nove categorias: detritos, algas, amebas testáceas, invertebrados aquáticos, aracnídeos, crustáceos, insetos, peixes e material vegetal. Avaliamos a diferença entre os volumes dos itens alimentares nas fases do represamento, ciclos hidrológicos e durante os anos por meio da PERMANOVA. Dos 582 indivíduos, avaliamos 519 estômagos e encontramos diferenças significativas no volume dos itens alimentares entre os ciclos hidrológicos (R² = 0,029; p = 0,001) e anos (R² = 0,058; p = 0,001), mas não entre as fases do represamento (R² = 0,003; p = 0,107). Observamos predominância de crustáceos e material vegetal nos ciclos de enchente, cheia e vazante, e maior consumo de algas e crustáceos durante a seca. Antes do barramento, o material vegetal predominava na dieta dos tambaquis (2010-2011), seguido por crustáceos (2012). Após o barramento em 2013, houve maior consumo de algas e entre 2014-2017 a predominância foi de crustáceos. Após 2018, a dieta passou a ser composta principalmente por material vegetal.

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