Artigo Anais do EBI - Encontro Brasileiro de Ictiologia

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-5222-033-2

RELAÇÃO ENTRE INVERTEBRADOS BENTÔNICOS E PEIXES ZOOBENTÍVOROS EM ESTUÁRIOS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DO BRASIL

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Publicado em 12 de fevereiro de 2025

Resumo

Estuários são ecossistemas altamente produtivos e desempenham papel crucial na dinâmica ecológica, servindo como habitat para diversas espécies de peixes e invertebrados. Neste contexto, a relação entre invertebrados bentônicos e peixes zoobentívoros é relevante devido ao papel dos invertebrados como recurso alimentar. Este estudo investiga se a abundância de invertebrados bentônicos pode prever a abundância de peixes zoobentívoros nos estuários dos rios Curu e Choró, no Ceará, Brasil. Foram realizadas coletas trimestrais, entre outubro de 2023 e agosto de 2024, em quatro pontos de cada estuário. As amostras de invertebrados bentônicos foram coletadas por meio de transectos, enquanto os peixes foram capturados com arrasto e tarrafa. As densidades (ind./100 m²) e biomassas (g/100 m²) dos organismos foram calculadas e relacionadas através de modelos de regressão linear. No total, foram identificadas 16 espécies de peixes zoobentívoros (Anchoa hepsetus, Citharichthys spilopterus, Diapterus auratus, Diapterus rhombeus, Eucinostomus argenteus, Eucinostomus gula, Eucinostomus havana, Eucinostomus lefroyi, Eucinostomus melanopterus, Eugerres brasilianus, Menticirrhus cuiaranensis, Menticirrhus martinicensis, Sciades herzbergii, Sphoeroides greeleyi, Sphoeroides testudineus e Stellifer punctatissimus) e 24 espécies de invertebrados bentônicos, incluindo moluscos, crustáceos e anelídeos. Os resultados indicaram que a densidade de invertebrados bentônicos não foi preditora significativa da densidade de peixes zoobentívoros (R² ajd = -0,002, p = 0,34). De forma semelhante, a biomassa de invertebrados bentônicos também não previu a biomassa de peixes zoobentívoros (R² ajd = -0,01, p=0,32). O R² ajustado negativo sugere que o modelo não se ajustou bem aos dados e que as variáveis de predição não influenciaram significativamente as abundâncias de peixes. Assim, os resultados não indicam que a abundância de invertebrados bentônicos seja um preditor significativo para peixes zoobentívoros, sugerindo a necessidade de explorar outros fatores ecológicos. Agradecemos ao CNPq/MCTI/FNDT/IC - CT, Hidro No 63/2022 pelo financiamento.

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