As úlceras por pressão (UPP) são lesões de descontinuidade da pele ocasionadas por alguns fatores que podem estar sendo previamente detectados pela equipe de enfermagem, evitando assim o prolongamento do paciente no ambiente hospitalar. Os idosos, população que é considera como a mais acometida pelas UPP, possuem diversas peculiaridades que os tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento destas lesões. Aceitar o aparecimento de injúrias como a UPP em um determinado momento tão frágil de saúde, que necessitou de uma intervenção profissional (enfermeiro e equipe de enfermagem) para que a solução do mesmo fosse alcançada, é algo que traz certo conflito de caráter biopsicossocial, tanto ao idoso alocado como paciente no ambiente terapêutico hospitalar, quanto ao que o acompanha. Objetiva-se verificar os desafios e particularidades inerentes ao cuidar do enfermeiro que norteiam o acometimento do paciente idoso por UPP após a internação no ambiente hospitalar. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, onde foram adotadas como fontes de coleta de dados as bases eletrônicas SciELO, LILACS e MEDLINE, consultadas por meio do site da Biblioteca Virtual em Saúde, nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, tendo como critérios de inclusão para seleção dos artigos, disponibilidade de texto completo, acesso online livre, publicações nos últimos seis anos (2010-2015). Mediante a análise dos dados, surgiram pontos em comum diante da exposição dos resultados inerentes aos estudos que coadunaram com a temática da pesquisa em questão. Foi mencionado como possível causa da problemática do desenvolvimento dessas lesões, a deficiência da assistência de enfermagem ao paciente idoso quando o mesmo torna-se hospitalizado, visto que se explicita como justificativa que os profissionais de enfermagem, são os responsáveis por implementar as práticas preventivas, desde o momento da admissão e transcursão, até a alta. Outros estudos permitiram concluir que alguns idosos acometidos por UPP, apresentam um déficit da auto imagem relacionado ao aparecimento da lesão em determinada área do corpo, visto que deixam claro a ideia de que adentraram ao serviço isentos de tal comorbidade, e que por algum motivo, desenvolveram as injúrias no corpo, culpabilizando a internação e o processo de adoecer como responsáveis pelo desenvolvimento das UPP. Além disso, outra problemática clássica que os estudos evidenciaram remetem ao acompanhante enquanto cuidador, pois estes se enxergam muitas vezes saturados diante da função de desempenhar algumas ações de cuidado, principalmente no que concerne a execução dos curativos de forma auxiliar/conjunta a equipe de enfermagem. Outros estudos permitiram concluir que o profissional enfermeiro, acaba por se encontrar frente a uma gama de responsabilidades que permeiam desde a prevenção e terapêutica, até as práticas de ensino em saúde (incluindo o auto cuidado) dos diversos pacientes que estão alojados no ambiente hospitalar, incluindo os que desenvolvem as úlceras após a internação. Conclui-se que cuidar do paciente idoso e daquele que se dedica a acompanhá-lo de uma maneira completa e holística, é algo encarado sob a ótica do enfermeiro como um desafio mediante ao déficit do sistema de saúde e das condições de trabalho vivenciadas, porém não é inalcançável.