A vulnerabilidade às doenças crônicas, a vivência da finitude e a inevitabilidade da morte como algo intransponível e intransferível são característicos da fase da velhice. É incontestável que para os idosos, a morte como limite da vida se apresente como possibilidade real de forma mais tangível, sobretudo, a partir do momento em que o estado de agravamento da doença vai se tornando intenso e crítico. O que almejamos, pois, com este trabalho, é propor algumas reflexões sobre a posição do sujeito idoso no confronto com a finitude, o modo de subjetivar-se diante do adoecimento, do morrer e da morte, apontando para as possibilidades de cuidado e intervenção na prática clínico-hospitalar. Participaram deste estudo dois idosos portadores de patologia crônica em fase avançada que estavam em regime de internação num hospital particular de grande porte na cidade de Recife/ Pe. O instrumento utilizado foi o Diário de Campo das pesquisadoras a partir de uma entrevista interventiva que foi aplicada individualmente. A análise dos dados foi realizada numa abordagem da analítica descritiva de inspiração foucaultiana. Como resultado, temos que cada paciente vivenciou seu adoecer e processo do morrer da forma mais confortável para si. Assim, eles se ocuparam consigo, olharam para si, para suas necessidades, expectativas, considerando a consciência de sua finitude, a partir da provocação do psicólogo hospitalar. Diante disso conclui-se que o psicólogo hospitalar é um facilitador do processo de subjetivação do paciente diante de um adoecer crônico e progressivo.