O PERCURSO DA SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA: DA DESCONSIDERAÇÃO AO RECONHECIMENTO
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Contudo, a SI-Sociologia da Infância se afirmou como um novo campo que revisou conceitos tradicionais da sociologia clássica, que havia se iniciado com os estudos historiográficos de Ariès (1973). Nas décadas de 1980 e 1990 a SI ressurgiu nos países anglo-saxônicos, com uma intensa atividade de cientistas sociais interessados pela infância, se reconhecendo o lugar das crianças no campo sociológico, principalmente nas perspectivas interacionistas, interpretativas e etnometodológicas. Nos países francófonos o ressurgimento ocorreu na década de 1990, destacando-se a visão da criança como ser social pleno e da infância como categoria social. Desenvolveu-se um diálogo com a historiografia, com a sociologia da família e a sociologia da educação, com foco no aluno. Progressivamente a concepção mudou, assumindo-se que previamente se deveria considerar a criança como ator social, para depois vê-la como aluno. É essa a ótica adotada por autores renomados da sociologia da infância contemporânea: Montandon, Sarmento, Sirota, Corsaro entre outros. A inclusão da criança e da infância na sociologia não ocorreu sem resistências, mas acabou se consolidando, influenciada por fatores como os movimentos identitários e mudanças nas percepções sobre direitos de minorias e defesa de subjetividades. A pesquisa sobre o tema nos mostrou que o reconhecimento da SI trouxe a legitimidade científica aos estudos sociológicos sobre criança e infância. Essa é uma tarefa social e educativa fundamental em meio às desigualdades e os complexos conflitos que trazem consigo o desafio atual de se analisar a condição social da infância." 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