VIGOLVINO, Louise Passos et al.. Quedas como causalidade da dependência da pessoa idosa. Anais IV CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2015. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/12745>. Acesso em: 21/12/2024 08:35
Com o advento da transição demográfica brasileira, os desafios políticos, econômicos e sociais são as novas demandas para esse público. Em se tratando dos desafios sociais onde se aplica a saúde, o envelhecimento gera mudanças biológicas importante podendo acarretar vulnerabilidade à pessoa idosa. Algumas condições podem ser mais prevalentes em decorrência do processo de envelhecimento, dentre as quais se destacam os acidentes por quedas, que são ocasionados por diversos fatores, como alterações de equilíbrio, este preponderantemente o mais afetado, propiciando instabilidades e ocorrências das quedas. A dependência na velhice é muitas vezes ocasionada por quedas que altera diretamente a capacidade funcional da pessoa idosa. As quedas podem comprometer os estilos de vida saudáveis das pessoas idosas e são consideradas uma das principais causas de morte nessa população, evidenciando-se como importante problema de Saúde Pública. Esse estudo teve como objetivo relacionar a ocorrência de quedas em idosos com o seu grau de dependência no ambiente hospitalar. Trata-se de um recorte de uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada nas unidades de internamento do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), durante o período de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. A população foi composta pelos idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, totalizando 55 idosos. A análise dos dados se deu por estatística descritiva simples a partir da utilização do programa Microsoft Office Excel® 2007, onde foram calculadas as freqüências absolutas e relativas. A pesquisa obedeceu aos preceitos éticos preconizados pela Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley sob o CAAE nº 34873614.0.0000.5183. Pode-se perceber o elevado número de idosos os quais sofreram queda nos últimos anos (54,4%). Em relação ao grau de dependência, alguns autores afirmam que a prática de atividade física pode melhorar a condição do idoso, mas o torna mais exposto ao risco de queda, uma vez que a pessoa idosa será menos dependente para a realização de suas AVD e AIVD. Nesse estudo, observou-se que a maioria dos idosos são dependentes totalmente de um cuidador (34,5%), em contrapartida o segundo maior número de idosos que participaram dessa pesquisa apresentaram independência completa (21,9%). Isso pode ser explicado pelo fato da pessoa idosa possuir medo da ocorrência de uma queda após um primeiro episódio, causando-lhe ansiedade, cuidados excessivos e mudança de marcha. Pode-se perceber que houve relação entre a ocorrência de quedas e o grau de dependência da pessoa idosa, uma vez que os idosos que apresentaram quedas após os 60 anos possuíam um grau de dependência maior que àqueles que não relataram episódios de queda. A partir desse estudo fica evidente a necessidade da efetivação de ações que busquem uma assistência qualificada para os idosos, uma vez que as quedas são eventos evitáveis e causadores de grandes consequências negativas levando até a morte. As ações multiprofissionais com objetivo de prevenir as quedas são primordiais no sistema de saúde, podendo ser utilizadas tecnologias leves e de baixo custo, como atividades educativas em todos os serviços de saúde da rede de atenção as quais o idoso possa encontra-se inserido.