As crianças com suas especificidades estão inseridas na dinâmica social, mas, geralmente compreendidas apenas enquanto aluno sem considera-las como indivíduo que possui voz e vez no contexto ao qual pertence. O presente trabalho teve como objetivo conhecer o que as crianças pensam da escola e como elas as representam, a fim de pôr em evidência suas vozes e suas formas de compreender, representar e perceber o mundo, particularmente a escola, possibilitando assim uma reflexão mais aguçada na Universidade, sobretudo na comunidade, acerca da criança como “ser criança” e não somente como aluno. Utilizou-se os pressupostos da pesquisa do tipo etnográfica para desenvolver a investigação, com apoio de entrevistas com as crianças e representação gráfica por meio de desenhos, associado à observação direta participativa. Os dados foram registrados em diário de campo e gravações de vídeos, os quais foram interpretados com base na fenomenologia, que prioriza a perspectiva da criança, e o principio de autoria/autorização dos sujeitos envolvidos. O local de pesquisa foi o Bairro da União na cidade de Parintins. O estudo aponta que embora as crianças compreendam a escola como espaço importante para o seu desenvolvimento, geralmente, a escola não considera as singularidades das crianças no processo de construção do conhecimento. Há, portanto uma necessidade urgente de deslocar as crianças para o centro de uma discussão mais ampla, compreendendo-as como sujeito de voz e vez, que historicamente tem sido pouco considerada nos discursos proferidos na sociedade.