A disposição de resíduos sólidos industriais de maneira inadequada em áreas não apropriadas incorre em danos ao meio ambiente e ao ser humano. Com relação ao resíduo de granito em estudo, que quando seco se apresenta como um pó muito fino e de fácil dispersão, este pode causar o assoreamento de rios e lagos a longo prazo, e oferecer danos à saúde humana através de sua inalação, já que apresenta em sua composição o óxido de sílica. Neste sentido, faz-se necessário pesquisar alternativas de tratamento para a posterior disposição e/ou utilização do produto final, sobretudo daquele que contém metais pesados. Dessa forma, o projeto teve como objetivo avaliar materiais estabilizados por solidificação após a incorporação do resíduo sólido de granito em matrizes cimentícias visando sua viabilidade como componente de concreto para pisos. O trabalho foi dividido nas seguintes etapas: Planejamento experimental, caracterização e classificação do resíduo, confecção dos corpos de provas e avaliação de integridade / durabilidade. Foram analisados dois fatores a partir do planejamento experimental: tempo de cura após confecção dos corpos de prova (7 e 28 dias) e porcentagem de incorporação de resíduo em substituição ao agregado fino da composição do concreto. O resíduo de granito foi classificado como não-perigoso e não-inerte - Classe II A e apresentou baixo teor de umidade, além de grande parcela de sólidos totais fixos. O ensaio de resistência à compressão mostrou melhores resultados para o tempo de cura de 28 dias. A influência dos níveis de incorporação foi bem menos significativa no ensaio de capacidade de absorção de água. Sob saturação em água a integridade foi inferior ao limite mínimo permitido para concreto para piso simples em todos os experimentos e sob condições de secagem, a integridade foi superior a esse limite. O resíduo de granito mostrou-se então indicado como constituinte de concreto para pisos em condições limitadas, ou seja, em ambientes que não sofram ação direta de água.