O artigo discute como os reflexos do sentimento antifeminista repercutem sobre o corpo feminino no século XV. Tendo em vista os teóricos misóginos e o Malleus Maleficarum como percussores de discursos machistas e sexistas que promoveram a marginalização sobre as particularidades da condição biológica feminina. Ao mesmo tempo em que as mulheres, conforme a teologia judaico-cristã, descendentes de Eva e causadoras do pecado original, assumiram uma figura conotativa de agentes do Satã e causadora de todos os males terrestres. Diante do contexto do fim da Baixa Idade Média, analisamos o diagnóstico das relações sobre o corpo da mulher como uma construção simbólica que enfatiza a demonização do ‘segundo sexo’, a inferioridade e as acusações de bruxaria e heresia.