LUNA, Sophia Alencar Araripe. A retórica da monossexualidade enquanto norma.. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/18356>. Acesso em: 22/11/2024 00:24
O presente artigo tem como temática a análise retórica do discurso que coloca a monossexualidade enquanto norma, não positivada na sociedade, mas imposta por um discurso que desqualifica a bissexualidade enquanto orientação sexual legítima. Este trabalho visa compreender de que forma o discurso sexual hegemônico impõe uma heterossexualidade compulsória como orientação sexual geral, em oposição a uma homossexualidade oprimida que se revela cada vez mais por meio das lutas e bandeiras LGBTs, em que a bissexualidade é invisibilizada enquanto orientação sexual válida. Esse pequeno estendo pretende ampliar o conhecimento sobre as normas sexuais que norteiam os padrões de orientação sexual, enquanto condutas sexuais diversas são consideradas como desviantes. O método científico empregado é o dialético, o qual contém enquanto leis fundamentais a ação recíproca, a mudança dialética, a mudança qualitativa e a luta dos contrários. No contexto aqui trabalhado, percebe-se que não cabem análises da orientação sexual enquanto objetos fixos, mas em movimento; as normas sexuais tidas como padrões, encontram-se sempre em vias de se transformar. Para a dialética, podemos concluir que a heterossexualidade compulsória, por exemplo, nada tem de definitivo, de absoluto ou sagrado, nada existindo além do processo ininterrupto do devir e do transitório.