O artigo aqui descrito trará discussões acerca do trabalho doméstico desenvolvido por uma trabalhadora rural acampada e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Paraíba, especificamente enquanto uma atividade racializada e a qual são impostas às mulheres historicamente. As análises também serão feitas a partir das contribuições do campo da Terapia Ocupacional, do Direito e da sociologia, tomando por base as discussões ligadas às atividades que são socialmente construídas enquanto femininas, devendo ser exercidas inexoravelmente pelas mulheres. Ademais, buscaremos tratar do trabalho doméstico fazendo os recortes de classe e raça, que por demais se fizeram presentes tanto na entrevista concedida pela trabalhadora rural, quanto nas pesquisas bibliográficas realizadas. Desta forma, faremos reflexões acerca do modo como as relações de gênero se perpetuam dentro do âmbito do trabalho doméstico.