ALMIRO, Francisca Gilmara Da Silva et al.. . Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/18614>. Acesso em: 22/11/2024 00:08
É inegável que a constância das transformações, da movimentação acomete a humanidade há muito tempo. Na produção literária brasileira, vemos que no romance pós-moderno, João Gilberto Noll, constrói seus personagens a partir de uma constante movimentação, sujeitos desterritorializados do mundo em que vivem. São personagens herdeiros de uma luta consigo mesmo, de frustrações e insucessos, de andanças vagas. São indivíduos que adentram na busca pelo estar entre um e outro lugar. Nessa perspectiva, objetivamos neste trabalho analisar a obra Rastros de Verão do escritor contemporâneo João Gilberto Noll. Para interpretarmos o universo literário do autor, tomamos como ponto de partida a errância que constrói os personagens e suas identidades ao longo da narrativa. Para amparo teórico organizamos nossa pesquisa a partir das reflexões de Deleuze e Guattari (1995) a respeito do nomadismo que toma o ser na pós modernidade, Mafessoli (2001) para tratar do desejo de errância que acomete os indivíduos, Hall (2006) e Bauman (2005) para as questões referentes a contrução da identitária na pós modernidade. Estes aspectos desencadeiam uma discussão que nos leva a entender os diversos caminhos que o mundo dos personagens e, de um modo geral, a literatura de Noll nos permite percorrer, dentre eles, o labirinto que faz do personagem um eterno viajante, um ser indefinido que está a procura de lugares incertos, um ser errante.