O aumento das taxas de obesidade na infância e na adolescência está relacionada à inatividade física e às mudanças nos hábitos alimentares atuais, com destaque para a ingestão elevada de calorias e os altos teores de gorduras e sódio na dieta. Diante do exposto, analisar os hábitos alimentares de crianças e adolescentes, em especial sobre os alimentos promotores da hipertensão arterial e excesso de peso, faz-se necessário. Sendo assim, objetivou-se através deste estudo, avaliar a frequência do consumo de alimentos processados, entre crianças e adolescentes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde do município de João Pessoa/PB. Tratou-se de um estudo de campo, de caráter observacional, descritivo e transversal, com uma amostra de 90 crianças e adolescentes de ambos os gêneros, na faixa etária de 05 a 18 anos. Foi realizada a aplicação de um questionário de frequência alimentar, constando de 20 itens alimentares usualmente consumidos por este grupo, com o intuito de conhecer a frequência do consumo de determinados alimentos com alto teor de sódio em sua composição. O período de coleta de dados foi realizado entre fevereiro a abril de 2015. A amostra estudada constituiu-se de 90 crianças e adolescentes, sendo 62,2% (n=56) do sexo feminino e 37,8% (n=34) do sexo masculino. Os resultados mostraram que os alimentos mais consumidos pelo grupo foram o biscoito Cream Cracker, com 68,89% da frequência do consumo de uma ou mais vezes ao dia, seguido do biscoito recheado, pipos e manteiga com sal, com 48,89%, 40% e 36,67%, respectivamente. Em oposição, o molho shoyo (68,89%) e a linguiça (52,22%) destacaram-se na categoria de mais consumidos raramente. Observou-se, portanto, um remodelamento do padrão alimentar do grupo estudado, sendo necessário promover orientação nutricional para uma alimentação saudável, devido ao grande consumo de fast foods em detrimento do consumo de frutas, hortaliças e cereais integrais, o que induz o aumento de doenças crônicas degenerativas de maneira cada vez mais precoce. Concluiu-se com este trabalho, que há uma contribuição significativa da baixa qualidade da alimentação das crianças e adolescentes em termos de risco à saúde, destacando-se a elevada frequência do consumo dos alimentos processados com alto teor de sódio, especificamente os lanches intermediários. Faz-se necessário promover ações de orientação nutricional em prol de uma alimentação saudável, voltadas para o público infantil e para os responsáveis, a fim de incentivar e esclarecer os benefícios de práticas alimentares saudáveis, bem como políticas públicas voltadas para a prevenção e tratamento da obesidade infantil.