SOUZA, Jorge Lucas Nascimento et al.. Jogos e o ensino de parasitologia. Anais III CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/21301>. Acesso em: 27/12/2024 18:58
A biologia pode ser uma das disciplinas mais interessantes ou até mesmo uma das mais insignificantes. A construção para esse pensamento depende do modo como é ensinada e conduzida em sala de aula, já que a metodologia utilizada está diretamente relacionada ao sucesso da aprendizagem. Em relação ao ensino de parasitologia, o aluno se depara com muitas informações ao mesmo tempo envolvendo vários conteúdos em relação às doenças, tais como: ciclos das doenças, patogenia, epidemiologia, sintomas e profilaxia, bem como os nomes científicos dos agentes etiológicos. Dessa forma, ele pode esbarrar na dificuldade em compreender os conteúdos e, se não trabalhados de uma forma motivadora, pode-se não alcançar o devido sucesso. Um bom exemplo de metodologias alternativas que facilitem o processo de ensino-aprendizagem é a abordagem lúdica. Ela fornece ao aluno um ambiente motivador e prazeroso, resultando em enriquecimento do conteúdo graças ao desenvolvimento de habilidades e a motivação para a participação mais ativa durante as aulas. Uma das práticas comuns na abordagem lúdica é o uso de jogos que facilitem o processo ensino-aprendizagem no ensino de ciências, por promover a liberdade de expressão e o aumento da capacidade de compreensão dos conteúdos de forma espontânea. Portanto, para este trabalho, objetivou-se explorar o potencial didático que a utilização de jogos tem como alternativa para o melhoramento no processo de ensino-aprendizagem no ensino da parasitologia, a partir da avaliação de alunos de escolas públicas submetidos à participação de uma oficina envolvendo helmintoses gastrintestinais e submetidos à participação nos jogos envolvendo o conteúdo. O presente trabalho foi desenvolvido com alunos de ensino médio da rede pública das regiões metropolitanas de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, nos municípios de Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim. Esses alunos foram participantes de um projeto de extensão intitulado “Ensinar e aprender: ações educativas de prevenção em doenças parasitárias”, o qual tem a finalidade de promover palestras, discussões com duração de três dias de atividade no período da manhã, incluindo a utilização de metodologias lúdicas (nesse caso jogos) no que diz respeito às estratégias de promoção à saúde na temática das helmintoses gastrintestinais. Os jogos foram elaborados com base nos conteúdos abordados ao longo da oficina referente às helmintoses que acometem a saúde humana e animal, em especial os animais de produção, bem como medidas de higiene pessoal como o caso da lavagem de mãos, algumas técnicas de diagnóstico laboratorial, problemática da saúde pública e as profilaxias a respeito das doenças. No geral, os alunos pontuaram muito bem os jogos, tanto de tabuleiro quanto o Show do Milhão da Helmintologia, com pouquíssimos alunos estabelecendo notas abaixo de sete. O uso de métodos lúdicos como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem possibilitaram aos alunos um maior entendimento em relação aos conteúdos abordados previamente em sala de aula e despertando a vontade de aprender e desmistificando a ideia de que ciência é estática e não atrativa, mostrando que ser cientista e disseminador de conhecimentos pode ser muito mais divertido do que se imagina.