PEREIRA, Juliano Gonçalves. Juventude negra: uma perspectiva decolonial. Anais III CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/21312>. Acesso em: 28/12/2024 10:42
O texto busca iniciar uma reflexão crítica sobre a representação da Juventude Negra nas discussões sobre Juventudes no Brasil e na América Latina, problematizando a forma como a ideia deste sujeito tem sido difundida ainda sob uma perspectiva colonial. Trabalha com a hipótese de um deslocamento cognitivo sobre a temática alcançado pela proximidade ao pensamento decolonial, no intúito de ajustar e corrigir a miopia da sociologia da juventude sobre o tema. A perspectiva fronteiriça nas análise expressa as mutações profundas que tem ocorrido na América Latina, e que afeta diretamente a maneira representativa das leituras feitas sobre a juventude negra na sociedade brasileira, não pautando-os somente em uma definição associada a um passado escravocrata e a indicadores de vulnerabilidades sociais e de violência. Olhar a partir do Sistema Mundo, descortina a colonialidade do poder que age como um enredamento sobre a Juventude Negra e limita a compreensão das suas experiências e atuação no Brasile e na América Latina. O artigo busca pensar outras possibilidades de percepções e leituras sobre a juventude negra, tendo que para isso expressar os limites das leituras que vem sendo estruturados sobre esta categoria. O texto também pontua desafios sobre o tema e reconhece a necessidade de estudos mais profundos que contraponham a matriz euro/norte americana, moderno/capitalista, colonial/patriarcal na lógica de análise sociológica, para as futuras produções teóricas sobre juventude negra. Neste sentido, apontar os limites e contradições ainda presentes nesta ciência é uma forma de contribuir para sua ampliação, superando uma perspectiva de análise parcial das leituras das suas experiências identitárias destes sujeitos. O olhar decolonial contribui para preencher o entendimento de juventude negra com sua vasta experiência e retira dos corpos negros a marca da condenação de viver de empréstimo, de comparações injustas, à sombra de uma imagem que nunca refletirá a totalidade da verdadeira essência de suas experiências sociais. Um passo importante nesta discussão será dado com a superação do desejo pelo reconhecimento dentro de uma