SANTOS, Edmara Beserra Dos et al.. A prática docente e a história do povo negro. Anais II CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/22630>. Acesso em: 24/11/2024 23:28
Esse artigo é resultado de uma pesquisa de iniciação científica, cota 2015-2016, desenvolvida no/pelo Grupo de Pesquisa Dialogando com a Diversidade Étnico-Racial, o qual busca compreender de que modo à implementação da Lei 10.639/2003 acontece em três escolas da rede pública municipal de ensino de Campina Grande-PB, em turmas do 4º e 5º anos do ensino fundamental. O objetivo geral do nosso trabalho é analisar como professoras e alunos tratam a temática africana e afro-brasileira, especificamente, relacionar como o conteúdo sobre a questão negra provoca a professora e alunos/as no cotidiano da sala de aula. Em pesquisas anteriores, verificou-se que as docentes utilizavam como único recurso o livro didático, durante as aulas de história. Diante dessa observação, procuramos dar maior atenção à forma como mediavam às aulas de história e, como tratavam a temática africana e afro-brasileira. Constatamos então, que seria necessário desenvolver oficinas de formação para as docentes, pois, em entrevista com as mesmas, foi declarado que tinham pouco conhecimento acerca do tema, o que comprometia o ensino efetivo dos conteúdos referentes ao assunto. A metodologia qualitativa da nossa pesquisa foi a dos/nos/com os cotidianos (ALVES, 2008), pois, entende-se que o pesquisador precisa se envolver e mergulhar na realidade que deseja conhecer e desvelar suas necessidades. Esse tipo de pesquisa permite várias técnicas de desenvolvimento da mesma, inclusive a intervenção com uma formação continuada para as docentes. Com essa intervenção conseguimos vislumbrar e conhecer em uma profundidade maior a forma como professoras e alunos entendiam e acreditavam a/na temática. Foram realizadas duas oficinas em que foram tratados os conceitos de diversidade, discriminação, preconceito, racismo, na primeira, e acerca da África, com suas riquezas, na segunda. As pesquisadoras se dividiram em duplas para ficar com cada turma do 4º e 5º ano e a orientadora e coordenadora da pesquisa ficou com as professoras, trabalhando o mesmo tema, permitindo que fosse dado continuidade pela professora o estudo da temática. Concluímos que foi muito produtivo, desafiador e enriquecedor para todas as atividades desenvolvidas: as pesquisadoras além do estudo, planejamento de sequências didáticas e recursos materiais, a vivência de sala de aula, para as docentes, o estudo, a roda de conversas, com trocas de conhecimento e para os alunos as aulas interativas, problematizadoras e os temas de fácil compreensão gerou satisfação na maioria das pessoas do grupo.