Neste texto apresentamos os resultados preliminares da pesquisa “As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) nos serviços de atenção primária em saúde na Região Metropolitana de Natal/RN”. O objetivo do estudo é analisar a oferta das PICS nos serviços de Atenção Primária em Saúde da Região Metropolitana de Natal,identificando quais práticas são oferecidas no serviço e o custo-benefício das mesmas no processo saúde-doença dos usuários que as utilizam. Neste recorte, discorreremos sobre a adesão e o impacto dessas práticas na população idosa. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimam que no ano de 2050 o número de idosos com mais de 60 anos ultrapasse o de crianças abaixo de 15 anos. (BRASIL, 2007). A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI, 2006) não se restringe ao controle dos agravos das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) – a perda da capacidade física e mental na realização de atividades rotineiras e básicas para a vida diária – mas também à promoção da autonomia, integração e participação efetiva na sociedade do idoso. (BRASIL, 2006). Cada vez mais, estratégias que visam aliar esse bem-estar vêm se inserindo na rede de atenção à saúde. Dentre elas estão as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), inseridas gradativamente no Sistema Único de Saúde (SUS), como preveem as Políticas Nacionais de Promoção da Saúde e de Práticas Integrativas e Complementares(PNPIC) no SUS e a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PEPIC). O método aqui apresentado deriva da pesquisa ainda em andamento, de abordagem qualitativa e quantitativa, descritivo-exploratória, que vem sendo desenvolvida desde o mês de agosto de 2015. O campo da pesquisa foi constituído por 74 unidades públicas municipais de saúde da cidade de Natal. No primeiro momento os dados foram coletados através de contato telefônico com os estabelecimentos de saúde da cidade de Natal/RN. Sendo 69 unidades pertencentes à atenção básica, 02 unidades de média complexidade e 03 de alta complexidade. Os achados dessa pesquisa sugerem que apesar de existir as Políticas Nacional e Estadual de PICs, observamos pouca adesão dos serviços de Atenção Primária da Região Metropolitana de Natal. As políticas não foram identificadas como instrumento decisivo para a implementação da atenção em PICs. Até o presente momento da pesquisa, foram coletados dados de 51 estabelecimentos de saúde, das quais 07 unidades oferecem algumas das PICS. Os profissionais entrevistados afirmaram que as principais dificuldades encontradas para a implementação e efetivação das PICS são a falta de profissionais qualificados para a realização das práticas, a falta de estrutura física e a falta de material. Existem 45 unidades que não oferecem as práticas, em virtude da falta de infraestrutura; de apoio institucional e profissionais qualificados para exercer as atividades. A utilização das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde apresenta-se como estratégia para melhoria da qualidade de vida dos usuários, dentre eles destacamos os idosos, uma vez que estas práticas auxiliam na promoção e prevenção de agravos, bem como incentiva a participação ativa dessa comunidade específica nas unidades de saúde, auxiliando na autonomia e independência.