O envelhecimento faz parte do processo irreversível do curso de vida e é singular para cada indivíduo. Essa singularidade é, em menor parte, devida à nossa herança genética e em maior parte fruto da influência do ambiente residencial. Por essa razão, compreender como acontecem as relações entre o indivíduo e o ambiente pode ser a chave para um envelhecimento saudável. Assim, entender os riscos presentes no ambiente residencial é indispensável para a criação de estratégias, que visem o prolongamento da capacidade intrínseca, através da prevenção de acidentes, que podem vim a comprometer a capacidade funcional da pessoa idosa. O presente artigo tem como objetivo investigar os riscos encontrados no ambiente residencial e entender as diferentes posturas da pessoa idosa frente às barreiras impostas pelo meio. Para tanto, o artigo de revisão, de natureza qualitativa, segue o método científico indutivo, a partir de estudos desenvolvidos no âmbito da gerontologia e da psicologia ambiental. Os principais fatores causadores de danos à saúde, aqui destacados, são os riscos relacionados às quedas e os riscos relacionados ao calor. Em ambos os casos, a pessoa idosa e aqueles portadores de doenças crônicas são os mais vulneráveis. Em geral, as quedas levam o indivíduo a permanecer por mais tempo acamado, podendo levar à morte. Nessas condições, a resistência térmica das vestimentas somada à das roupas de cama aumenta a temperatura do corpo, tornando o indivíduo ainda mais vulnerável ao calor. Quanto ao comportamento das pessoas frente aos riscos, varia de acordo com fatores socioeconômicos e culturais. A partir desses fatores se observa diferentes formas de agir. Para os que possuem melhores condições financeiras, permanecer em casa pode ser uma opção, desde que considerada sua independência e autonomia. Já para os menos favorecidos, a dependência dos familiares e do meio se torna maior. Quanto às adaptações do ambiente residencial percebe-se que, na maioria dos casos, as alterações físicas como plataformas elevatórias, rampas, banheiros adaptados e barras de apoio são as mais frequentes. Porém, salienta-se a importância de estudos no ambiente residencial sobre as adaptações fisiológicas às variações térmicas.