INTRODUÇÃO: No Brasil, a estrutura etária populacional está em transformação. Assim, observa-se que nossa população vem envelhecendo, e que a parcela de idosos está se tornando mais significativa. Todavia, percebemos uma resistência frequente ao curso natural do envelhecimento, o que pode ser demonstrado por uma percepção negativa por parte da sociedade em relação aos idosos, que são vistos como seres mais frágeis e improdutivos. Assim, nas sociedades ocidentais, a velhice é estereotipada como uma etapa de limitações e de perdas. Nesse contexto, surge o “etarismo” e seus sinônimos, termo que define uma forma preconceituosa de encarar a velhice e que é bastante disseminado em nossa cultura. Muitas vezes, essa discriminação encontra-se mascarada na nossa sociedade, mas que se reflete de diversas maneiras. Este trabalho tem por objetivo abordar as questões que envolvem a discriminação contra os idosos, além de apresentar meios viáveis para combater essa cultura de marginalização. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva baseada nos seguintes bancos de dados eletrônicas: Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde e SCIELO. A pesquisa dos artigos foi realizada utilizando-se os termos “ageismo” ou “etarismo” ou “idadismo” ou velhismo”, como descritores e sinônimos. RESULTADOS: Do total de 11 artigos, quatro foram estudos transversais e sete, revisões de literatura. De modo geral, os estudos foram muito heterogêneos na sua abordagem, visto que foram discutidos os tipos de discriminação mais prevalentes, as principais formas de violência contra o idoso, a percepção do comportamento agressivo relacionado a diferentes faixas etárias, os estereótipos relacionados ao processo de envelhecimento, entre outros. DISCUSSÃO: Percebe-se que as principais maneiras de entender as particularidades desse tipo de preconceito giram em torno do reconhecimento de estereótipos relacionados à velhice, o que influencia a autopercepção do idoso, como também a visão dos outros grupos etários para a população da terceira idade. Além disso, percebemos o idadismo como algo frequente, implacável e difundido em nossa comunidade. Há, interferindo nesse processo, padrões que rotulam a beleza como sinônimo de juventude, exemplificado no culto ao corpo, cada vez mais intenso como forma de retardar o processo natural de envelhecimento. Somado a esses fatores, há a mudança na estrutura familiar e o consequente afastamento afetivo entre indivíduos mais novos e mais velhos, que torna o convívio intergeracional menos frequente. CONCLUSÃO: A velhice pode ser percebida socialmente como uma fase da vida em que o indivíduo carrega um grande legado de sabedoria ou, também, pode significar dependência e exclusão social. Diante de estereótipos positivos e negativos, muitas pessoas nessa faixa etária podem se encontrar em ambivalência, internalizando certos aspectos da imagem social de velhice e não assumindo outros. Dado o exposto, é fundamental que haja uma modificação das representações sociais frente ao envelhecimento, para que a discriminação sofrida pelos idosos não seja mais uma prática vivenciada de modo automático, tendo por objetivo a criação de cenários de maior solidariedade onde seja percebido que as maiores limitações para o idoso são impostas pelo meio social em que vive, e não pela sua condição de senescência.