O aumento da expectativa de vida e do número de casos de pessoas soropositivas ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) nas faixas etárias mais avançadas tem feito com que a população mais velha se torne foco de diversas pesquisas. Com essa nova conformação da população exposta ao vírus HIV surge a necessidade de avaliação da qualidade de vida (QV) dessas pessoas para se ter um manejo efetivo de cuidado. Nesse sentido, frente à mencionada perspectiva de maior sobrevida e suas implicações nos mais diversos domínios de funções da QV desses indivíduos com HIV/AIDS, foi desenvolvido o presente estudo com o objetivo de realizar uma revisão sistemática sobre a qualidade de vida de adultos e idosos com HIV/AIDS. Na etapa de seleção dos artigos, realizou-se uma busca de publicações na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e Web of Science, com a seguinte combinação de descritores localizadas no Mash: quality of life AND HIV AND aged. Foram considerados artigos publicados num período de 10 anos, os quais seguiram os seguintes critérios de elegibilidade: artigos completos disponíveis publicados nos idiomas inglês, espanhol e português; artigos que abordasse uma avaliação de QV no desfecho ou em fatores associados; com instrumento claramente descrito; população alvo de idosos ou estudos comparativos entre adultos e indivíduos idosos. Selecionaram-se informações necessárias para a extração dos dados contendo autor, ano, desenho do estudo, população do estudo, objetivo, instrumento de qualidade de vida utilizado e principais resultados/conclusões. Os dois instrumentos mais utilizados para avaliar QV nesses indivíduos foram o HAT-QoL e SF-36. Para os artigos que analisaram a QV pelo SF-36 encontraram maior tempo, velocidade de marcha e elevação cadeira e maior atividade física associados com maior QV; melhor bem-estar emocional e funcionamento social associado a QV mental; redução da QV significativamente relacionada com a adição de problemas crônicos de saúde; maior carga de co-morbidade associado com menor QV física; déficits de memória prospectiva e reclamações estão associados à menor QV. Pesquisas com o HAT-QoL apontaram significância entre as atitudes e os domínios função geral, preocupação com saúde, preocupação com medicação e aceitação do HIV; correlação significativa quanto a idade, renda individual e familiar, e tempo de diagnóstico; apoio emocional foi preditor significativo positivo. A análise dos estudos aponta para uma variabilidade metodológica de avaliação da qualidade de vida em idosos com HIV/AIDS que impede agrupamento dos dados com completude de informações. Pouco se menciona sobre viés e medidas sugestivas de manejo de uma melhor qualidade de vida para esse grupo estudado. A população adulta e idosa cada vez mais vem apresentando a infecção pelo HIV e apesar de muitos estudos avaliarem a QV, para esta população, ainda há a necessidade de maior delineamento sobre a problemática. Entende-se, contudo a dificuldade de acesso a uma população altamente estigmatizada pela doença apresentada e que muitos enfrentamentos incluindo aqueles direcionados a melhoria de QV necessitam de reconhecimento e práticas efetivas.