Príncipes e princesas, castelos e reinos, romances e finais felizes fazem parte do imaginário de crianças e jovens. Independente da época essa temática estará presente em alguma fase de suas vidas abrilhantando-as. Na prosa e na poesia, esses temas vez ou outra reaparecem, com elementos inovadores que tratam dos sentimentos de forma contemplativa e cativante. Este trabalho objetiva refletir sobre quatro poemas de Lenilde Freitas, que aludem a alguns contos de fadas: Rapunzel, João e Maria, Cinderela e Era uma vez, demonstrando a intertextualidade que estes apresentam com os contos de. Por pertencerem ao livro A casa encantada (2009), os poemas têm aspectos que se ligam ao público infanto-juvenil e dialogam com o imaginário e com algumas peculiares do mundo mágico e envolvente que se cria nas joviais mentes. É, por isso, um momento de análise e de reflexão sobre o eu lírico e o mundo das narrativas fantásticas, pretende-se pensar em que momentos o lírico concorda com os finais felizes, por exemplo, como também em que pontos destoam e creem no inverso daquilo que tem os contos de fadas. Do ponto de vista teórico, nos apoiamos nas reflexões de Coelho (2008) sobre conto de fada em Alves (2013, 2014) sobre a poesia de Lenilde Freitas, bem como Cândido (1996) sobre a poesia lírica. Por fim, trataremos de abordar algumas possíveis sugestões para o ensino sobre os poemas e contos de fadas em turmas do ensino fundamental.