PAZ, Morgana Lobão Dos Santos. Facebook: embates dialógicos e valorações. Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/27348>. Acesso em: 25/11/2024 01:02
A contemporaneidade se apresenta fluida (BAUMAN, 2001), uma vez que o tempo e o espaço se apresentam marcados pela dinamicidade e pelo movimento incessante. A quebra dos sólidos, das verdades inabaláveis, dos discursos engessados e das instituições impenetráveis, tem nos lançado para a investigação de práticas discursivas que se dão em esferas que demandam a construção de conhecimento a fim de se compreender o sujeito que se gesta nessa contemporaneidade fluida. As redes sociais, especificamente o Facebook, estão no cotidiano das pessoas, como espaço sócio-discursivo que amplia/potencializa/amplifica e promove o surgimento de vários gêneros discursivos e suportes de texto. As novas interações construídas e constituídas pela/na internet geram novas relações sociais, novos padrões de relacionamento com o outro e com o mundo, posicionamentos ideológicos e situados axiologicamente. Este trabalho objetiva analisar os posicionamentos que foram/são construídos pelos sujeitos, na rede social em questão, e como se constituem, discursivamente, as polêmicas abertas e veladas encontradas no corpus de análise. O recorte se dará temporalmente, delimitando-se um período de postagens que recobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, desde a sua admissibilidade até a sua conclusão, nas páginas Verdade sem manipulação e Movimento Endireita Brasil. Para analisar esse corpus, recorre-se ao aporte teórico de Bakhtin e o Círculo (1993, 2016) no que diz respeito às concepções de linguagem constitutivamente dialógica, de polêmicas abertas e veladas, de embate dialógico; no que concerne à modernidade líquida, recorre-se às postulações de Bauman (2001) e de cultura da conexão de Jenkins (2014). A construção dos dados, em andamento na investigação, dá-se a partir do enfoque da pesquisa qualitativo-interpretativista, lançando mão da interpretação dos índices linguístico/discursivos, a partir do paradigma indiciário de Ginsburg (1990).